O governo federal lançará, na próxima semana, um programa para reformular o Auxílio Gás, ampliando o alcance e garantindo o acesso direto ao botijão de gás de cozinha (GLP) para famílias de baixa renda. A medida foi antecipada nesta quarta-feira (27) pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Atualmente, o benefício atende 5,6 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda mensal de até meio salário mínimo. Com a reformulação, o número de contemplados deverá ultrapassar 20 milhões de famílias. Para 2026, estão previstos R$ 13,6 bilhões em recursos destinados ao programa.
Hoje, o Auxílio Gás transfere R$ 108 a cada dois meses, valor que corresponde a média nacional do preço do botijão de 13 kg. No entanto, em várias localidades, o montante não cobre o custo do produto.
Com a mudança, os beneficiários receberão um vale-crédito para utilizar em revendas e distribuidoras cadastradas, bastando apresentar o CPF. Dessa forma, o benefício passa a garantir o acesso direto ao botijão.
“O que o governo vai fazer é entregar o botijão às pessoas. Isso vai devolver dignidade para que possam cozinhar e, ao mesmo tempo, reduzir os acidentes domésticos provocados pelo uso de álcool e outros combustíveis improvisados”, destacou Rui Costa.
Segundo o ministro, a principal falha do modelo atual é a disparidade entre a média nacional e os valores reais cobrados em algumas regiões.
“Estamos falando de um valor médio, no Brasil, entre R$ 105 e R$ 109 o botijão, mas que chega a R$ 160 ou R$ 170 em localidades mais distantes. Há uma diferença muito grande de preços a depender da região”, afirmou.
Além do efeito econômico de assegurar a compra do gás, o governo aponta que a medida deve ter impacto social importante, ao reduzir queimaduras em crianças e mulheres, vítimas frequentes de acidentes ao utilizarem álcool como alternativa para cozinhar.