O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (26) que a Polícia Penal do Distrito Federal faça vigilância integral na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida ocorre a poucos dias do julgamento da denúncia sobre a trama golpista, marcado para 2 de setembro.
Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar e utilizar tornozeleira eletrônica. O pedido de monitoramento partiu do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que enviou solicitação ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável e destacou que, embora não haja risco imediato de fuga, “é de bom alvitre” reforçar a vigilância.
Na decisão, Moraes determinou que a Polícia Penal faça o acompanhamento sem “exposição indevida” e sem medidas intrusivas. Ele autorizou o uso de uniforme e armamento quando necessário, mas proibiu ações que perturbem a vizinhança.
O ministro citou ainda o documento de pedido de asilo político à Argentina, encontrado no celular de Bolsonaro durante as investigações sobre o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil. O arquivo estava salvo desde 2024. Moraes afirmou que o monitoramento garante o cumprimento das cautelares já impostas, como o uso da tornozeleira e a proibição de entrar em embaixadas.
“O risco de fuga torna absolutamente necessárias e adequadas as medidas de vigilância”, justificou.