O Ministério das Relações Exteriores (MRE) reagiu nesta terça-feira (26) às declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler de Israel, Israel Katz, que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”. O Itamaraty classificou as falas como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis”.
Em nota, o governo brasileiro cobrou de Katz responsabilidade sobre as ações de Israel em Gaza.
“Cabe-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, afirmou o ministério.
O MRE lembrou que as ofensivas israelenses já provocaram a morte de 63 mil palestinos, entre eles milhares de mulheres e crianças, e denunciou o uso da fome como arma de guerra contra a população do enclave.
Na segunda-feira (25), o Itamaraty havia condenado os ataques de Israel ao hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, que mataram pelo menos 20 pessoas, incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários, e deixaram dezenas de feridos.
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque”, declarou a chancelaria.
O ministério destacou ainda que Israel responde a investigações da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção contra o Genocídio.
Também nesta terça-feira, durante reunião ministerial no Palácio do Planalto, Lula voltou a acusar Israel de genocídio em Gaza. Segundo o presidente, crianças morrem de fome e são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”. Ele reforçou a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU para incluir países do Sul Global como membros permanentes.