Saiba como cada religião acredita que o mundo vai acabar

Entenda as diferentes visões religiosas e culturais sobre o fim do mundo ao longo da história.

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Fonte; Viktor Vasnetsov – Representação dos 4 homens do Apocalipse

Hinduísmo: O Fim como Renovação Cíclica

O hinduísmo não vê o fim do mundo como uma catástrofe definitiva, mas como parte de um ciclo eterno de criação, preservação e destruição. Este sistema é conhecido como tempo cíclico.

O universo passa por ciclos chamados kalpas, que equivalem a um “dia” na vida de Brahma, o deus criador — cerca de 4,32 bilhões de anos humanos. Ao fim de cada kalpa, o mundo é destruído e recomeça após o “sono” de Brahma.

Durante cada kalpa, há subdivisões chamadas yugas, com quatro grandes eras (Satya, Treta, Dvapara e Kali). Atualmente, estamos no Kali Yuga, a era da decadência moral e espiritual. No final desta era, surgirá a décima encarnação de Vishnu, o deus preservador: Kalki, um guerreiro montado num cavalo branco, que eliminará o mal e restaurará a ordem.

Depois da destruição, o universo renasce. Ou seja, o fim nunca é absoluto — é apenas o início de um novo ciclo cósmico.


Zoroastrismo: O Julgamento pelo Fogo

Fundada por Zaratustra (Zoroastro) na antiga Pérsia, esta religião trouxe a ideia de tempo linear e fim definitivo. Ela propõe uma batalha cósmica entre o bem (Ahura Mazda) e o mal (Angra Mainyu ou Arimã).

No fim dos tempos, surgirá o redentor Saoshyant, que ressuscitará os mortos. Então, ocorrerá a purificação do mundo por um rio de metal derretido: os justos passarão ilesos, e os ímpios serão purificados na dor.

O mal será destruído para sempre, os mortos viverão em um mundo renovado, sem sofrimento, e não haverá mais necessidade de novos ciclos. O tempo, aqui, termina com a vitória do bem.


Judaísmo: A Era Messiânica e o Fim das Aflições

O judaísmo, especialmente em suas correntes ortodoxas, aguarda a vinda do Messias — um líder humano descendente do rei Davi, que trará uma era de paz, justiça e prosperidade.

Essa era messiânica, também associada ao fim dos tempos, marcará a redenção final do povo judeu e a reconstrução do Templo de Jerusalém. Não há consenso sobre se será um evento sobrenatural ou um processo histórico.

Alguns acreditam que haverá uma ressurreição dos mortos e julgamento divino, mas essa ideia é mais forte em correntes como o judaísmo cabalístico e o judaísmo místico.

Curiosamente, o judaísmo marca o fim da atual era no ano 6000 do calendário judaico — o que corresponde aproximadamente ao ano 2240 da era cristã.


Cristianismo: O Apocalipse e o Juízo Final

O cristianismo se baseia fortemente no Livro do Apocalipse (ou Revelações), escrito por João de Patmos. Nele, os eventos finais são descritos com uma linguagem simbólica intensa: trombetas, terremotos, estrelas caindo, bestas e cavaleiros.

O mundo seria governado por um Anticristo, derrotado por Jesus Cristo em sua segunda vinda. Após uma batalha final no Armagedom, ocorre o Juízo Final: os justos entram no paraíso e os ímpios são condenados ao inferno eterno.

Para muitos cristãos, o fim do mundo é também a consumação das promessas divinas — um novo céu e uma nova terra.

Correntes protestantes modernas, como o dispenacionalismo, interpretam o Apocalipse de forma literal, com sinais já sendo observados no presente.


Islã: O Dia do Juízo e a Travessia da Ponte

O islamismo também prevê um Fim dos Tempos, mencionado no Alcorão e nos Hadiths. A humanidade será julgada por suas ações, e o bem triunfará.

O Mahdi, figura messiânica, surgirá para restaurar a justiça, ajudado por Isa (Jesus), que retornará para derrotar o falso profeta, o Dajjal (Anticristo).

Então, o anjo Israfil tocará sua trombeta, e os mortos ressuscitarão. Todos passarão pelo Sirat, uma ponte fina como um fio de cabelo e afiada como uma espada. Os justos atravessarão com segurança rumo ao paraíso, enquanto os pecadores cairão no inferno.

O julgamento será minucioso, durando 50 mil anos, e até os animais testemunharão contra os humanos.


Mitologia Nórdica (Vikings): O Ragnarok

Na cosmologia nórdica, o mundo acaba com o Ragnarok, a “destinação final dos deuses”. Não há redenção moral nem julgamento — apenas o inevitável confronto entre forças do caos e da ordem.

Os deuses de Asgard enfrentam os gigantes, monstros e o deus trapaceiro Loki. Odin será devorado pelo lobo Fenrir; Thor enfrentará a serpente Jörmungandr, e ambos morrerão. O mundo será submerso.

Após o cataclisma, a Terra ressurgirá verde e fértil, e os deuses Balder e Hodr retornarão. Lif e Lifthrasir, dois humanos sobreviventes, repovoarão o mundo. É um reinício, mas não um julgamento.


Nostradamus: Profecias Ambíguas

O médico e astrólogo Michel de Nostradamus, no século 16, escreveu as Centúrias, cheias de versos obscuros e enigmáticos. Ele prevê conflitos catastróficos, como a ascensão de três Anticristos — Napoleão, Hitler e um terceiro ainda desconhecido.

Apesar de não definir uma data para o fim do mundo, suas palavras sugerem um cenário de guerra global e destruição.

As interpretações são amplas e variadas, o que mantém suas profecias vivas na cultura popular.


Apocalipse Científico: A Visão Contemporânea

A partir do século 20, o apocalipse ganhou contornos científicos e materialistas. A ameaça passou a vir de dentro: guerras nucleares, colapsos ecológicos, pandemias globais, inteligência artificial descontrolada ou impacto de asteroides.

Não há juízo, redenção ou vida após a destruição — apenas a aniquilação física. A ciência mostra que o Sol engolirá a Terra em cerca de 5 bilhões de anos, tornando o apocalipse uma questão de tempo.

Essa visão é marcada pela ausência de sentido transcendente, como expressa o poeta T.S. Eliot: “O mundo acaba, não com um estrondo, mas com um suspiro”.

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