O uso do “correntão”, técnica de desmatamento que utiliza dois tratores puxando uma corrente para derrubar grandes extensões de vegetação, pode estar com os dias contados em Goiás. O projeto de lei nº 10124/25, apresentado pelo deputado estadual Antônio Gomide (PT), propõe a proibição do método em todo o estado, alegando seus impactos ambientais severos, especialmente sobre o bioma Cerrado.

Conhecido por sua vasta biodiversidade, o Cerrado sofre pressão crescente de atividades agropecuárias e expansão urbana. A técnica do correntão, considerada uma das mais agressivas para o meio ambiente, agrava esse cenário ao provocar a destruição maciça de vegetação nativa, a compactação do solo — que o torna mais vulnerável à erosão — e alterações no ciclo da água no local. Também há impactos indiretos, como o aumento da emissão de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global.
A proposta legislativa visa reforçar a legislação ambiental estadual e ampliar a capacidade de fiscalização dos órgãos competentes. Segundo Gomide, além de proteger os recursos naturais, a medida busca promover práticas mais sustentáveis no uso da terra, equilibrando desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.
Se aprovado, o projeto representará um marco na legislação ambiental goiana, dificultando o avanço do desmatamento ilegal em larga escala. Atualmente, a proposta aguarda análise na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa de Goiás. Caso receba parecer favorável, será submetida a votação em dois turnos no plenário da Casa.