De todos esses anos em que eu “jogo videogame”, um jogo indie nunca me decepcionou ou frustrou como às vezes acontece com um jogo de orçamento milionário.
Talvez isso aconteça porque os indies ainda representam uma parcela muito pequena e normalmente ignorada — tanto por jogadores que não veem o brilho nessas produções quanto por alguns grandes estúdios que não se sentem ameaçados e continuam repetindo as mesmas fórmulas cansadas, que jogadores compram sem pensar duas vezes.
Alguns exemplos de jogos indie que não têm medo de ser criativos são Flower, Journey e Flow. O segundo é um ponto fora da curva — afinal, contou com a participação da Santa Monica Studio, da Sony, uma empresa enorme. O que chama atenção é como eles, num todo, utilizaram conceitos simples, trilha sonora sutil (mas marcante) e uma filosofia de gameplay muito confortável. Não reinventaram a roda, mas buscaram oferecer uma experiência completa que cativa. É o que os indies conseguem fazer com maestria.
Enquanto títulos AAA focam milhões em realismo gráfico e campanhas de marketing igualmente caras, os jogos indie investem em alma — em histórias que ousam ser diferentes, em protagonistas que muitas vezes fogem dos estereótipos. Celeste, por exemplo, fala sobre depressão com sensibilidade e profundidade, usando uma linguagem de plataforma clássica. Undertale subverte expectativas de combate e narrativa. Papers, Please transforma um balcão de imigração num campo de escolhas morais desconfortáveis.
Essa liberdade criativa só é possível porque os desenvolvedores indie estão menos presos a metas de lucro e mais conectados com uma ideia, uma visão pessoal, uma história que querem contar. O resultado são experiências — que, embora soe repetitivo dizer — únicas, e que raramente decepcionam, mesmo quando são curtas ou imperfeitas. Porque não se trata apenas de vencer fases, mas de viver algo novo.
Outro ponto fundamental é o tempo. Grandes estúdios costumam demorar anos entre o anúncio e o lançamento de um título. E, quando chega, quase sempre está incompleto — cheio de atualizações prometidas, passes de batalha, bugs… Já os indies, com menos recursos, entregam jogos mais enxutos, mas muito mais consistentes. É o famoso “feito com carinho”.
Há ainda o fator da representatividade. Muitos jogos independentes são os primeiros a colocar em destaque vozes e corpos historicamente marginalizados. São mais abertos à diversidade, mais interessados em contar histórias pessoais e plurais. Isso não é apenas uma questão de conteúdo — é uma postura ética, política e extremamente necessária numa indústria que ainda engatinha nesse sentido.
Vale lembrar que, mesmo com toda essa potência, os jogos indie ainda lutam por visibilidade. Sem grandes orçamentos para divulgação, dependem do boca a boca, da curadoria de plataformas como Steam e Game Pass, e da comunidade.
Pra finalizar: jogos indie não são apenas uma alternativa. São resistência criativa. São um respiro — um antídoto para uma indústria que parece ter esquecido por que começou a fazer jogos.
Um game goiano
Neve é uma experiência definitiva para quem ama ficção interativa e aventuras narrativas. Em um universo denso e emocionalmente carregado, cada escolha molda o destino — e o tempo está contra você.
Após um incidente inesperado, a nave Argo é forçada a pousar no planeta Lemnos. Presa em uma cápsula de criogenia com oxigênio limitado, capitã Jasmina precisa coordenar suas duas tripulantes, Atalanta e Hilas, com a ajuda (ou não) de uma inteligência artificial de intenções incertas. A missão: consertar a nave e sair viva dali. Mas uma presença desconhecida ameaça não só a sobrevivência da equipe, como tudo o que elas acreditam saber.
Explore, decida e sobreviva.
- Narrativa dinâmica e em tempo real
Os eventos acontecem simultaneamente para cada personagem. Enquanto você ajuda uma, a outra continua agindo — ou sofrendo as consequências. Cada partida é única. - Escolhas com peso real
Cada decisão afeta diretamente o rumo da história e o destino de cada personagem. Prepare-se para lidar com dilemas morais intensos. - Seis finais possíveis
As ramificações das suas ações levam a múltiplos desfechos — todos emocionalmente impactantes e moralmente desafiadores. - Contra o relógio
Você tem menos de uma hora para restaurar a Argo. Cada segundo importa — e cada movimento pode ser o último. - Puzzles e desafios de lógica
Enigmas complexos colocam sua mente à prova, e o tempo torna cada solução ainda mais tensa. - Estética retrofuturista
Um visual inspirado na ficção científica dos anos 80, com tons sombrios e uma visão de futuro carregada de melancolia e tensão. - Rejogabilidade intensa
Reviva a missão, explore novas decisões, descubra segredos ocultos e desvende camadas emocionais das personagens. Será que você consegue salvar todas elas? - Mistérios, conflitos e emoções à flor da pele
As maiores ameaças não estão apenas fora da nave. Medos, traumas e conflitos internos abalam a tripulação, testando laços, limites e sua própria liderança.
O jogo ainda não foi lançado e não tem data, mas está disponível a beta na loja Steam