O Brasil está próximo de alcançar a autossuficiência na produção de vacinas contra a covid-19. A SpiN-TEC, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), avançou para a fase final de estudos clínicos após a publicação do primeiro artigo científico que confirma a segurança do imunizante em humanos.
A vacina é fruto de um projeto financiado com R$ 140 milhões pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Finep e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Os estudos foram conduzidos pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas), que coordena as pesquisas desde os ensaios pré-clínicos.
De acordo com o coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC apresentou resultados promissores, com menos efeitos colaterais do que a vacina da Pfizer. O imunizante adota uma tecnologia inovadora baseada na imunidade celular — mecanismo que prepara o corpo para reconhecer e destruir células infectadas, garantindo maior proteção contra diferentes variantes do coronavírus.
Após testar 36 voluntários na fase 1 e 320 na fase 2, os pesquisadores aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a etapa final, que deve envolver cerca de 5,3 mil voluntários em todas as regiões do país.
Gazzinelli destaca que o desenvolvimento da SpiN-TEC representa um marco para a ciência brasileira. “É a primeira vez que uma vacina idealizada no Brasil avança até os ensaios clínicos”, afirmou.
O CT-Vacinas, criado em 2016, também pesquisa imunizantes contra doenças como malária, chagas, leishmaniose e monkeypox. Se aprovada, a SpiN-TEC poderá ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até o início de 2027.
*Com Agência Brasil