A crise no União Brasil se agravou nesta quarta-feira (8), após a Executiva Nacional do partido decidir, por unanimidade, suspender as atividades partidárias do ministro do Turismo, Celso Sabino, e abrir processo para sua expulsão definitiva. A legenda também aprovou a destituição do diretório estadual do Pará, controlado pelo próprio ministro.
O anúncio foi feito pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em coletiva de imprensa em Brasília. Caiado acusou Sabino de “trair” o União Brasil ao se manter no cargo federal mesmo após o partido determinar que todos os filiados deixassem os ministérios.
“É um traidor. Está ali exatamente para atirar nas costas do partido, tentar desmoralizar. Mas não vamos nos submeter a esse jogo rasteiro”, afirmou o governador, visivelmente irritado.
Segundo Caiado, a permanência de Sabino no governo federal tem o objetivo de desestabilizar o União Brasil e confundir sua base.
“O que ele quer é fomentar a ideia de que o partido pode ser governo e oposição ao mesmo tempo. Está cumprindo uma tarefa que o presidente Lula lhe impõe, sem o menor respeito à legenda que o elegeu”, acusou.
O governador reforçou que o partido tem posição “frontalmente contrária” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. De acordo com o governador, a decisão da Executiva Nacional foi unânime.
Além de suspender as atividades partidárias de Sabino e enviar o pedido de expulsão ao Conselho de Ética, o colegiado aprovou por três quintos dos votos a dissolução do diretório estadual do Pará, presidido pelo ministro. A medida retira de Sabino o controle sobre decisões internas e o acesso a recursos do fundo partidário.
“Todos os requerimentos foram aprovados por unanimidade. Agora, o Conselho de Ética terá até 60 dias para analisar a suspensão e a possível expulsão”, explicou Caiado.
A decisão da Executiva Nacional aprofunda o racha no União Brasil, partido que tenta se reposicionar fora da base do governo Lula após meses de embates internos. Celso Sabino, no entanto, segue firme no ministério e mantém apoio de setores locais no Pará, o que deve prolongar o impasse.