A Capela Sistina, no Vaticano, se torna nesta quarta-feira (7) o epicentro de um dos eventos mais simbólicos da Igreja Católica: o conclave. O processo, que visa eleger o sucessor do papa Francisco, reúne 133 cardeais com menos de 80 anos, em um ambiente de absoluto isolamento e sigilo, conforme tradição estabelecida desde o século XIII.
A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “fechado com chave” e faz referência à prática de isolar os cardeais para evitar qualquer interferência externa no processo eleitoral. Durante a votação, os participantes são proibidos de se comunicar com o mundo exterior, seja por telefone, internet ou qualquer outro meio. Medidas como bloqueio de sinais de celular, janelas cobertas contra drones e varreduras eletrônicas garantem a confidencialidade da eleição.
Votação
A votação acontece a portas fechadas na Capela Sistina, onde os cardeais depositam seus votos em cédulas de papel. Para que um novo papa seja eleito, é necessário que um candidato alcance dois terços dos votos. Caso isso não ocorra, novas rodadas de votação são realizadas, podendo se estender por dias. Após cada votação, as cédulas são queimadas. A cor da fumaça que sai da chaminé da capela — preta ou branca — indica ao público o resultado: fumaça branca significa que há um novo pontífice.
Neste primeiro dia, haverá apenas uma votação. A partir do segundo dia, são realizadas quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde.
Nomes importantes
Entre os nomes mais citados como possíveis sucessores estão o cardeal italiano Pietro Parolin e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle. No entanto, muitos dos participantes evitam antecipar votos, reforçando o caráter imprevisível do conclave.
Após a eleição, o anúncio “Habemus Papam” será feito da sacada da Basílica de São Pedro, seguido pela primeira aparição pública do novo papa e uma breve bênção à multidão reunida na praça.
Conclaves passados
Para se ter uma ideia, o conclave mais longo da história — o que elegeu Teobaldo Visconti (Gregório X) como sumo pontífice — durou incríveis 34 meses (1.006 dias), de 29 de novembro de 1268 até 1º de setembro de 1271, enquanto o que elegeu o papa Francisco, em 2013, durou somente dois dias.