O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados, acusados de integrar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. O grupo compõe o chamado Núcleo 1 da trama golpista.
No primeiro dia de julgamento, realizado ontem, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, fez um discurso contundente contra a tentativa de ruptura democrática articulada durante o governo Bolsonaro. Na sequência, leu o relatório do processo e, antes do intervalo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou em detalhes as acusações contra os oito réus.
Já no período da tarde, o STF ouviu as sustentações orais das defesas de quatro acusados: Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
A sessão desta quarta-feira será dedicada às defesas dos demais acusados: o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; o próprio Jair Bolsonaro; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de 2022, Walter Braga Netto.
A expectativa é que, após a conclusão das sustentações orais, o julgamento seja retomado apenas na próxima terça-feira, 9 de setembro, quando os ministros devem iniciar a votação para definir se os réus serão condenados ou absolvidos. O cronograma prevê continuidade da votação no dia 11, e, no dia 12 de setembro, a proclamação da sentença dos réus.