A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (17), dois suspeitos de envolvimento nos descontos ilegais aplicados contra segurados do INSS. As prisões ocorreram nas cidades de Aracaju e Umbaúba, a cerca de 100 km da capital sergipana.
Os mandados de prisão foram cumpridos como parte da Operação Sem Desconto, segundo a PF. O processo está em segredo de justiça, por isso os nomes dos detidos não foram divulgados. Ambos estão detidos na Superintendência da PF em Sergipe.
Além das prisões, a Polícia Federal também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Federal de Sergipe. As ações ocorreram em imóveis residenciais e comerciais nos municípios de Aracaju, Umbaúba e Cristianópolis.
Os agentes apreenderam cerca de R$ 35 mil em dinheiro e R$ 68 mil em cheques, além de documentos e equipamentos que podem ajudar nas investigações. A Justiça também determinou a retenção de cinco imóveis, avaliados em aproximadamente R$ 12 milhões.
Entenda o esquema
O golpe veio à tona no dia 23 de abril de 2025, quandoa PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto. A investigação apura um esquema de descontos não autorizados nos benefícios previdenciários.
O esquema envolve o desconto irregular de mensalidades associativas. Esses valores são cobrados em folha de pagamento do INSS por associações, sindicatos ou entidades de classe para serviços prestados. Embora o desconto associativo esteja previsto em lei desde 1991, o problema está nos casos em que os segurados não autorizaram as cobranças.
Em 2024, a CGU ja havia identificado fragilidades nos mecanismos de controle dos descontos associativos. Na época, foi recomendado ao INSS a suspensão temporária dessas cobranças, até que medidas de segurança fossem adotadas. A Polícia Federal reforça que as investigações continuam e que novas fases da operação não estão descartadas.