Que maravilha! Suas férias de julho estão chegando e com elas todo aquele ritual de viagem: arrumar as malas, checar os documentos, chegar ao aeroporto com duas horas de antecedência. Depois de passar pelo raio-x, você segue para o portão de embarque, senta-se e aguarda.
Após uma espera que parece interminável, finalmente é hora de embarcar. Você mostra os documentos ao agente, caminha pela pista à moda antiga ou entra pelo finger (ponte de embarque), cumprimenta os comissários, percorre o corredor da aeronave e encontra seu assento (vago, de preferência). Senta-se e aguarda o encerramento do embarque.
Nesse meio tempo, se você é curioso, deve ter notado um pequeno furo no acrílico da janela e talvez tenha se desesperado, pensando: “Um avião não deveria ser hermeticamente fechado?”. Bom… não é bem assim.
Segurança
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), a janela de uma aeronave comercial é formada, geralmente, por três painéis transparentes. O painel mais próximo da fuselagem está exposto diretamente ao ambiente externo. O segundo, localizado entre o externo e o interno, contém o pequeno furo. Já o terceiro é o que os passageiros veem e tocam.
A principal função do orifício é regular a pressão do ar entre a cabine pressurizada e o espaço entre os dois painéis externos. Essa compensação alivia a carga de pressão sobre o painel externo, que é o mais sujeito a variações extremas de temperatura e pressão durante o voo.
Vista bonita
Além disso, o pequeno furo — conhecido tecnicamente como bleed hole — ajuda a evitar o embaçamento da janela. Isso ocorre porque ele permite a circulação de ar e evita a condensação da umidade no interior do acrílico.
Em caso de avaria do painel mais externo, o painel intermediário funciona como reserva de segurança, e o furo ainda colabora para o controle da pressão interna, evitando riscos de despressurização.
Vale dizer também que não são todos os modelos de avião que possuem esse furinho, mas a maioria das fabricantes adota essa solução.