Pete Hegseth, secretário de Defesa no governo Donald Trump, usou a rede social Twitter (X) na última semana para divulgar um vídeo defendendo o fim do voto feminino nos Estados Unidos. O material, recorte de uma reportagem da CNN americana, já soma mais de 5 milhões de visualizações, 15 mil curtidas e 3 mil compartilhamentos.
Na gravação, o teólogo e pastor nacionalista Doug Wilson, cofundador da Comunhão de Igrejas Reformadas Evangélicas (CREC) em Idaho, diz que deseja transformar os EUA em “uma nação cristã” e, no futuro, “um mundo cristão”. Wilson também rejeita a presença de mulheres em cargos de liderança, tanto nas Forças Armadas quanto em sua igreja, alegando que “a Bíblia diz assim”.
Outro líder religioso da CREC, Toby Sumpter, defende que o voto seja registrado por domicílio, cabendo ao marido ou pai formalizar a decisão da família.
“Eu seria o único a votar, mas sempre depois de conversar com minha família”, disse.
Dois dias após a publicação, o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, declarou que Hegseth é “um orgulhoso membro de uma igreja afiliada à CREC” e valoriza “muitos dos escritos e ensinamentos” de Wilson.
Em contraponto, Doug Pagitt, pastor e diretor executivo da organização evangélica progressista Vote Common Good, afirmou que essas ideias refletem “visões restritas a pequenas comunidades cristãs” e considerou “muito perturbador” que o chefe do Pentágono dê visibilidade a esse tipo de pensamento.