O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, revelou no podcast PodDelas que passou a circular com carro blindado e seguranças particulares em São Paulo, cidade onde mora, para se proteger de ameaças recebidas após a publicação de vídeos com denúncias contra influenciadores digitais.
Felca ganhou notoriedade ao criticar o envolvimento de criadores de conteúdo com plataformas de apostas esportivas, conhecidas como bets, e a forma como esses serviços são divulgados nas redes sociais. Em seu vídeo mais recente, intitulado “Adultização”, ele abordou a exploração de menores na internet, alertou para os riscos da superexposição e fez acusações diretas ao influenciador paraibano Hytalo Santos.
Segundo o youtuber, as ameaças que recebe tratam de temas “delicados” e se intensificaram após suas críticas às apostas e à adultização. Ele afirmou que também existe a possibilidade de ser alvo de ações judiciais, mas que não pretende recuar.
Felca contou que levou cerca de um ano para produzir o vídeo, que tem 50 minutos de duração. Nesse período, entrevistou uma psicóloga especializada em crianças, sediada em São Paulo, para embasar o conteúdo. O trabalho reúne uma série de denúncias contra influenciadores que exploram a imagem de menores e detalha como algoritmos das plataformas ajudam a impulsionar esse tipo de material, favorecendo a sua disseminação.
A repercussão foi massiva: só no Instagram, o vídeo ultrapassou 100 milhões de visualizações, gerando debates acalorados sobre a exposição infantil, monetização de conteúdos e responsabilidade dos pais e das plataformas. Felca afirmou que, muitas vezes, o público desse tipo de conteúdo é formado por pedófilos e que, em alguns casos, os próprios responsáveis incentivam a exposição visando retorno financeiro.
O perfil de Hytalo Santos foi retirado do ar no Instagram, embora não haja confirmação de que isso esteja relacionado diretamente à denúncia. O Ministério Público informou que já apura, desde 2024, outras acusações contra o influenciador por exploração de menores.
Enquanto isso, o tema também avança na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei, que cria regras para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. A proposta obriga empresas de tecnologia, mesmo as sediadas fora do Brasil, a cumprir normas de proteção e suas próprias regras de idade mínima para uso, além de prever punições para quem descumprir.