O Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou maioria nesta quinta-feira (11) para condenar Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista que tentou mantê-lo no poder após a derrota eleitoral de 2022. O placar chegou a 3 a 1 com o voto da ministra Cármen Lúcia, que classificou a conspiração como tentativa de plantar a “semente maligna da antidemocracia”.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto e responde junto a sete aliados acusados de liderar a ofensiva que resultou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A sentença deve ser anunciada até sexta-feira (12).
A decisão provocou ampla repercussão internacional.
Reuters: sublinhou o ineditismo da condenação, que transforma Bolsonaro no primeiro ex-presidente do Brasil punido por atentado à democracia. A agência destacou ainda o voto divergente do ministro Luiz Fux, que defendeu absolvição, e apontou paralelos com casos de líderes da extrema direita mundial, como Marine Le Pen, na França, e Rodrigo Duterte, nas Filipinas.

The Guardian: apontou que Bolsonaro pode enfrentar décadas de prisão e ressaltou que as instituições brasileiras resistiram à tentativa de ruptura democrática.

BBC: explicou que o plano fracassou por falta de apoio militar, mas resultou nos ataques de 8 de janeiro, usados pelos ministros como prova da conspiração.

The Economist: recordou a fala de Bolsonaro em 2022, quando disse que não seria preso caso perdesse as eleições, e considerou a condenação um marco histórico na trajetória democrática do Brasil.

The Washington Post: observou que o julgamento ainda depende do voto de Cristiano Zanin e antecipou a estratégia da defesa, que pretende recorrer ao plenário do STF.

Wall Street Journal: analisou que a decisão deve acirrar a disputa política entre Donald Trump e Lula, relacionando o caso a medidas econômicas e à política externa dos EUA.

Bloomberg: destacou que Bolsonaro acusa o STF de perseguição e lembrou a possibilidade de embargos e da discussão no Congresso sobre uma anistia, embora sem apoio sólido no Senado.

El País: avaliou que o país deu um passo contra a impunidade e ressaltou a pressão internacional, em especial de Donald Trump, que não impediu o avanço do julgamento.

Clarín: classificou o julgamento como histórico e projetou que Bolsonaro pode enfrentar até 40 anos de prisão, lembrando que ele não participou das sessões por questões de saúde.

O caso, apontado pela imprensa estrangeira como o mais importante do Brasil em décadas, reforça a dimensão internacional do julgamento, que não só define o futuro de Bolsonaro, mas também impacta a imagem democrática do país no cenário global.