Por que procrastinamos? A ciência por trás do hábito de adiar tarefas

A procrastinação vai além da preguiça: é um mecanismo emocional do cérebro que busca evitar desconfortos, segundo a ciência.

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Foto: Unsplash

A procrastinação é um comportamento comum que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Embora frequentemente associada à preguiça ou à má gestão do tempo, a ciência mostra que o hábito de adiar tarefas está muito mais ligado às emoções, ao funcionamento do cérebro e à forma como lidamos com o estresse e a autoimagem.

Origem no cérebro

Estudos em neurociência indicam que a procrastinação é resultado de um conflito entre duas regiões do cérebro: o sistema límbico, ligado à recompensa imediata e ao prazer, e o córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento e autocontrole.

De acordo com uma pesquisa publicada na Psychological Science em 2018, conduzida por cientistas da Ruhr-Universität Bochum (Alemanha), pessoas que procrastinam com frequência têm maior volume de amígdala cerebral, estrutura associada à detecção de ameaças e regulação emocional.

Esse dado sugere que procrastinar é, muitas vezes, uma tentativa do cérebro de evitar o desconforto emocional associado a tarefas difíceis, entediantes ou que geram insegurança.

Evita emoções

Segundo o professor Tim Pychyl, da Carleton University (Canadá), um dos principais estudiosos do tema, procrastinar é um problema de regulação emocional, e não de gerenciamento do tempo.

Em seu livro Solving the Procrastination Puzzle, ele explica que, ao adiar uma tarefa, a pessoa busca um alívio imediato do desconforto emocional, mesmo sabendo que isso trará consequências negativas no futuro.

Essa perspectiva também é confirmada por uma vasta literatura científica, incluindo meta-análises que destacam como a procrastinação está associada à autocrítica, baixa autoestima e padrões perfeccionistas.

Fatores que aumentam o problema

Com a crescente presença de estímulos digitais, como redes sociais e notificações constantes, o ato de procrastinar se tornou ainda mais fácil — e recorrente.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard, publicada na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) em 2012, mostrou que o cérebro valoriza mais a recompensa imediata de falar sobre si mesmo (um comportamento comum em redes sociais) do que o benefício a longo prazo de cumprir uma tarefa complexa.

Por isso, especialistas sugerem técnicas como a regra dos dois minutos, o uso de cronômetros (como o método Pomodoro) e a prática da autocompaixão como formas de reverter o ciclo da procrastinação crônica.

Por fim, procrastinar é um comportamento natural do cérebro humano, especialmente em situações de ansiedade, estresse ou medo do fracasso. Compreender a origem é o primeiro passo para lidar melhor com esse hábito e buscar formas mais saudáveis de administrar tarefas e emoções.

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