Apesar dos avanços no combate a crimes patrimoniais e homicídios, Goiás ainda enfrenta graves desafios na proteção de mulheres, crianças e adolescentes. O 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou queda de 6,5% nos homicídios dolosos, que passaram de 1.015 para 949 casos. As tentativas de homicídio caíram 8,3%. Roubos e furtos recuaram, com destaque para a queda de 21% nos roubos de veículos.
Mesmo assim, os crimes sexuais cresceram no estado. Os registros de estupro de vulnerável aumentaram 5,2% e chegaram a 1.290 ocorrências. As vítimas mais frequentes são meninas de 10 a 14 anos, geralmente atacadas por pessoas conhecidas. O número de feminicídios segue estável, com 56 casos em 2023 e 2024, número considerado alto diante da queda de outros indicadores.
O estado também enfrentou alta de 38,9% nas lesões corporais seguidas de morte e de 28,6% nos latrocínios. A violência contra a população LGBTQIAPN+ segue invisível nos dados: apenas quatro homicídios foram registrados, número que pode ser maior devido à subnotificação.
As mortes de crianças e adolescentes cresceram 4% no Brasil e chegaram a 2.356 vítimas. As ações policiais impulsionaram esse número. Em 2024, 19% dos assassinatos de adolescentes aconteceram durante intervenções policiais, dois pontos percentuais acima de 2023.
No país, as mortes causadas por policiais diminuíram 3,1%, mas esse recuo ficou abaixo da média geral, fazendo a proporção subir de 13,8% para 14,1%. Goiás registrou queda de 28% nesse tipo de ocorrência, enquanto São Paulo e Pará ampliaram seus índices.
A segurança pública brasileira vive uma fase de queda nos crimes letais, iniciada em 2018. O país já acumulou redução de 25% nesse período. O Fórum atribui essa melhora a políticas públicas bem fundamentadas, à queda da população jovem e a acordos entre organizações criminosas.
Apesar disso, outros dados preocupam: 1 em cada 5 medidas protetivas urgentes foi descumprida em 2024. Os furtos e roubos de celulares caíram 12,6%, mas mais de 917 mil aparelhos foram levados, e apenas 8% recuperados. O investimento em segurança cresceu 6% e alcançou R$ 153 bilhões.