Com o sepultamento do Papa Francisco marcado para sábado, 26 de abril, cresce a atenção sobre o Conclave — o processo que define quem será o novo líder da Igreja Católica. A cerimônia, cercada de sigilo e tradição, segue protocolos rígidos estabelecidos há séculos. Mas como ela funciona? Quem pode votar? E quando o mundo saberá que há um novo Papa?
Conclave
A palavra Conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave”. O nome remete ao isolamento dos cardeais votantes, que permanecem reclusos e incomunicáveis durante toda a eleição. O Conclave só começa entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do pontífice anterior — período conhecido como Sé Vacante.
Quem pode votar?
Somente cardeais com menos de 80 anos no início da Sé Vacante têm direito ao voto. O número de eleitores varia, mas gira em torno de 120. A eleição ocorre dentro da Capela Sistina, no Vaticano, com hospedagem dos participantes na Casa Santa Marta, sob rígido controle de comunicação.
O processo
A tradição estabelece que o primeiro dia do Conclave tem apenas uma votação. A partir do segundo dia, são realizadas quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde. Após cada rodada, as cédulas são queimadas para sinalizar o resultado. Se não houver eleição, uma fumaça preta é emitida; caso o novo Papa seja escolhido, a fumaça será branca, indicando consenso.
Para um candidato ser eleito, é necessário obter pelo menos dois terços dos votos. Antes das votações, os cardeais fazem um juramento de sigilo absoluto.
Quando o Papa é anunciado?
O mundo toma conhecimento da eleição por meio da fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina. Pouco depois, o Cardeal Proto-Diácono aparece na varanda da Basílica de São Pedro e pronuncia a frase: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!” (“Anuncio-vos uma grande alegria: Temos Papa!”). Ele então anuncia o nome do eleito e o nome papal escolhido. O novo pontífice assume o cargo imediatamente após aceitar a função.