O que são e como se formam as auroras boreais e as anti-auroras

Além do espetáculo colorido, um fenômeno raro intrigou cientistas: a anti-aurora — ou aurora negra — que se manifesta como manchas escuras no céu, resultado da expulsão de elétrons da atmosfera. A expectativa é que, com o aumento da atividade solar nos próximos anos, esses eventos se tornem mais frequentes e visíveis em várias partes…

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Foto: borealisexpedicoes

Em 2024, o céu surpreendeu moradores de diversas regiões do planeta. Auroras boreais, geralmente restritas às áreas polares, puderam ser vistas em locais inusitados, como o Reino Unido e até o norte do México. No Hemisfério Sul, a rara aparição da aurora austral iluminou o céu da Argentina e do Chile. Mas junto com esse espetáculo de cores, outro fenômeno ainda mais misterioso chamou a atenção: a chamada anti-aurora, ou aurora negra.

Como surgem as auroras

As auroras boreais (no Norte) e austrais (no Sul) são fenômenos ópticos causados pela interação entre partículas solares e a atmosfera da Terra. Tudo começa no Sol, durante as chamadas tempestades solares, quando o astro emite rajadas de plasma altamente carregadas, conhecidas como ejeções de massa coronal. Essas partículas viajam pelo espaço a altíssima velocidade e, ao encontrarem o campo magnético da Terra, são canalizadas em direção aos polos.

Ao chegarem à ionosfera — uma camada da atmosfera localizada entre 60 km e 600 km de altitude —, essas partículas colidem com gases como oxigênio e nitrogênio. O resultado? Um espetáculo de luzes em tons de verde, vermelho, rosa e roxo. O oxigênio gera o famoso verde, enquanto o nitrogênio contribui com tons azulados ou arroxeados.

Essas luzes geralmente aparecem em regiões próximas aos polos, como Noruega, Islândia, Canadá e Antártida. Mas, em casos de atividade solar intensa, podem ser vistas em áreas muito mais ao sul (ou norte, no caso da austral), como ocorreu recentemente.

Foto: Forças Armadas dos EUA – Id: 050118-F-3488S-003

O que são as anti-auroras?

Diferente das auroras coloridas, as anti-auroras — também chamadas de auroras negras — são manchas escuras que aparecem no céu durante o mesmo tipo de evento. Visualmente, parecem “apagões” ou interrupções na aurora comum. Em vez de emitir luz, a anti-aurora cria regiões de escuridão entre as luzes.

A explicação para isso está na direção do movimento das partículas. Enquanto nas auroras convencionais os elétrons entram na ionosfera e colidem com os gases, nas anti-auroras acontece o oposto: os elétrons são expulsos da atmosfera, criando “buracos” na emissão de luz.

Segundo cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA), que estudam o fenômeno desde 2001, essas regiões escuras surgem quando há campos elétricos positivos na ionosfera, que repelem os elétrons para o espaço. A aurora negra, portanto, não é uma luz em si, mas a ausência de luz em uma área onde normalmente haveria brilho.

Em 2024, um fotógrafo no Alasca registrou uma anti-aurora curiosamente em forma da letra “E”. Fenômenos assim são raros e geralmente ocorrem após grandes tempestades solares, durante o processo de recuperação do campo magnético terrestre.

Fonte: Todd Salat

Principais Diferenças

AspectoAurora Boreal/AustralAnti-Aurora
Cor
Verde, vermelho, rosa, roxo
Escura ou com brilho muito reduzido
OrigemEntrada de elétrons na atmosfera
Saída de elétrons da atmosfera
FormaArcos, faixas e espirais luminosasManchas, círculos ou segmentos escuros
FrequênciaRelativamente comum em regiões polaresRara

Um céu cada vez mais surpreendente

Com o aumento da atividade solar previsto para os próximos anos — o chamado máximo solar, que ocorre a cada 11 anos — é possível que mais pessoas ao redor do mundo tenham a chance de observar esses espetáculos celestes. E, quem sabe, até uma anti-aurora ao vivo.

Observar as auroras é uma experiência única. Mas além da beleza, elas também lembram que o universo é muito mais dinâmico e energético do que parece. E que, até mesmo no escuro, há ciência e encanto.

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