O ex-deputado estadual goiano Iram Saraiva Júnior, preso na Barra da Tijuca (RJ) nesta quarta-feira (1º/10) sob acusação de abusar da própria filha de 2 anos, já ocupou cargos de destaque na política de Goiás e era considerado, nos anos 1990, uma das apostas para o futuro político do Estado.
Filho do falecido ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Iram Saraiva, reconhecido por sua influência e trajetória nacional, Iram Júnior iniciou a carreira pública pelo PMDB. Foi eleito vereador de Goiânia em 1996 e, no biênio seguinte, renunciou ao cargo após conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás.
Em 2000, concorreu como candidato a vice-prefeito de Goiânia, mas a chapa não teve bom desempenho e recebeu apenas 5,94% dos votos válidos. Nos anos seguintes, integrou administrações municipais, ocupando cargos de direção em mais de dez órgãos da Prefeitura de Goiânia. Durante a gestão de Iris Rezende, foi titular da Secretaria Municipal de Habitação, e, em 2012, na administração de Paulo Garcia (PT), assumiu a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política.
Com o rompimento do PMDB com Paulo Garcia, Iram Júnior decidiu deixar o partido. Em carta aberta, criticou o comando interno da legenda e apontou dificuldades financeiras enfrentadas pelo município, que atribuiu a gestões anteriores. Posteriormente, declarou apoio ao então governador Marconi Perillo (PSDB) nas eleições de 2014, fato que marcou sua última aparição pública de maior repercussão.
Agora, mais de uma década após se afastar da cena política, seu nome volta ao noticiário em um contexto muito grave: a prisão preventiva decretada por suspeita de abuso sexual contra sua filha pequena, em caso investigado pela Polícia Civil por mais de seis meses.