Tarifaço de Trump afeta mercados financeiros globais

Goldman Sachs eleva chances de recessão nos EUA a 45% devido às tarifas de Trump, impactando mercados financeiros globais.

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A agencia Goldman Sachs aumenta chances de uma recessão nos EUA, Os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetam os mercados financeiros globais nesta segunda-feira (6) depois que ele alertou os governos estrangeiros que teriam que pagar “muito dinheiro” para suspender as taxas que ele chamou de “remédio”.

Os mercados acionários asiáticos afundaram, as ações europeias caíram para o nível mais baixo em 16 meses e os preços do petróleo despencavam, uma vez que investidores temem que as tarifas anunciadas por Trump na semana passada possam levar a preços mais altos, demanda mais fraca e, possivelmente, a uma recessão global.

Depois que as ações na China continental e em Hong Kong despencaram nesta segunda-feira, o fundo soberano da China entrou em cena para tentar estabilizar o mercado.

Ministros da União Europeia, que estão divididos sobre como reagir contra Trump sem arriscar mais dor para suas próprias empresas e consumidores, estão se reunindo nesta segunda-feira para tentar formar uma frente unida.

O Goldman Sachs aumentou as chances de uma recessão nos EUA para 45% nos próximos 12 meses, juntando-se a outros bancos de investimento na revisão de suas previsões. Os economistas do JPMorgan agora estimam que as tarifas empurrarão a economia dos EUA para uma contração de 0,3%, contra estimativa anterior de crescimento de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos).

A repórteres a bordo do Air Force One no domingo (5), Trump indicou que não está preocupado com as perdas que eliminaram trilhões de dólares em valor dos mercados acionários mundiais.

“Não quero que nada caia. Mas, às vezes, é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”, disse ao retornar de um fim de semana de golfe na Flórida.

Trump disse que conversou com líderes da Europa e da Ásia no fim de semana, que esperavam convencê-lo a reduzir as tarifas em até 50%. Elas entram em vigor nesta semana.

“Eles querem conversar, mas não há conversa a menos que nos paguem muito dinheiro anualmente”, disse Trump.

O anúncio de suas tarifas foi recebido com uma condenação perplexa de outros líderes e desencadeou taxas de retaliação da China, a segunda maior economia do mundo.

As ações em Taiwan despencaram quase 10% – a maior queda percentual em um dia já registrada – e os futuros de ações dos EUA apontavam para outro dia brutal para os mercados no país.

As ações europeias do setor de defesa, que anteriormente apresentavam bom desempenho graças às expectativas de um boom de gastos por parte dos países, estavam a caminho de seu maior declínio diário desde abril de 2020.

O gestor de fundos bilionário Bill Ackman, que apoiou a candidatura de Trump à Presidência, pediu que as tarifas sejam suspensas para evitar um “inverno nuclear econômico”. 

“O presidente está perdendo a confiança dos líderes empresariais em todo o mundo”, acrescentou.

Líderes

Os investidores e líderes políticos têm se esforçado para entender se as tarifas de Trump fazem parte de um novo regime permanente ou se são uma tática de negociação para obter concessões de outros países.

“A imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos e serviços europeus é um ataque ao livre comércio que garantiu a prosperidade em todo o mundo”, disse o ministro dinamarquês das Relações Exteriores e do Comércio, Lars Lokke Rasmussen, antes da reunião da UE.

“Do lado europeu, não podemos simplesmente nos acomodar”, disse.

Em programas de entrevistas de domingo, os principais assessores econômicos de Trump procuraram retratar as tarifas como um reposicionamento inteligente dos EUA na ordem comercial global.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que mais de 50 países iniciaram negociações com os EUA desde o anúncio da quarta-feira (2). O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas permanecerão em vigor “por dias e semanas”.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, um dos aliados mais próximos de Washington na Ásia, também está tentando chegar a um acordo com Trump, mas disse ao Parlamento nesta segunda-feira que isso pode levar tempo.

Os investidores, no entanto, não estão esperando.

O índice acionário japonês Nikkei despencou para uma mínima de um ano e meio nesta segunda-feira, liderado pelos bancos do país, que perderam quase um quarto de seu valor de mercado em três dias de negociação.

Até mesmo o ouro, normalmente um refúgio seguro em meio ao estresse do mercado, foi afetado, já que os investidores se desfizeram dele para cobrir perdas em outros lugares.

Os investidores agora estão apostando que o risco crescente de recessão poderá fazer com que o Federal Reserve corte os juros dos EUA já no próximo mês. Até o momento, o chair do Fed, Jerome Powell, indicou que não tem pressa em agir.

Negociação

Alguns governos já sinalizaram disposição de discutir com os EUA para evitar as tarifas.

No domingo, o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ofereceu tarifas zero como base para as negociações, comprometendo-se a remover as barreiras comerciais e dizendo que as empresas taiwanesas aumentarão seus investimentos nos EUA.

Um funcionário do governo indiano disse que o país não planeja retaliar contra uma tarifa de 26% e que estão em andamento conversações com os EUA sobre um possível acordo.

O líder vietnamita To Lam concordou, em uma ligação telefônica com Trump na sexta-feira, em discutir um acordo. Trump chamou essa discussão de “muito produtiva”.

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