A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não solicitou pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, e negou que tenha intenção de fugir do país. O posicionamento foi enviado ao STF após determinação do ministro Alexandre de Moraes, que concedeu prazo de 48 horas para esclarecimentos sobre um documento de asilo encontrado no celular de Bolsonaro durante buscas da Polícia Federal (PF).
Segundo a PF, o documento estava armazenado no aparelho desde 2024. Em nota, os advogados classificaram o registro como “rascunho” e afirmaram que nenhum pedido formal foi realizado. “O documento é um mero rascunho antigo, enviado por terceiro, sem que a solicitação se materializasse”, disseram.
Além de negar a tentativa de fuga, a defesa solicitou a revogação da prisão domiciliar de Bolsonaro, vigente desde o início do mês, ou, alternativamente, julgamento urgente de agravo regimental apresentado em 6 de agosto. Os advogados também destacaram que o ex-presidente tem cumprido todas as cautelares do STF, incluindo a proibição de deixar o país e restrições relacionadas às redes sociais.
O ex-presidente e o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela PF no inquérito das sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. O caso agora está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre eventual denúncia ao STF.
Em outras alegações contidas no relatório da PF, a defesa destacou que Bolsonaro não respondeu a mensagens do general Braga Netto, que estava proibido de contatá-lo, e que o ex-presidente manteve contato apenas com seu advogado norte-americano antes das medidas cautelares. Advogados ainda criticaram a divulgação de dados bancários de Bolsonaro, questionando a interpretação de transferências legais como indício de lavagem de dinheiro.
Os defensores também acusaram a PF de lawfare, ao apontar que o relatório tinha objetivo político de desmoralizar o ex-presidente, expondo sua vida privada e apresentando acusações consideradas infundadas.
*Com Agência Brasil