O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta terça-feira (14) a condenação dos sete réus da Ação Penal (AP) 2694, vinculados ao chamado Núcleo 4 da Trama Golpista, apontado como responsável por impulsionar a instabilidade social que culminou em uma tentativa de golpe. A sustentação ocorreu após a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Gonet, os integrantes do Núcleo 4 atuaram na disseminação de informações falsas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e na promoção de ataques contra instituições e autoridades, com o objetivo de restringir o funcionamento dos Poderes constituídos, em especial do Judiciário. O procurador argumentou que as ações do grupo foram decisivas para a criação de um ambiente de instabilidade e desconfiança na população.
O Núcleo 4 é formado por Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Marcelo Bormevet e Reginaldo Abreu. Entre as acusações, destacam-se: o uso de recursos estatais e da chamada “Abin paralela” para obter informações sobre opositores políticos; a manipulação de dados para desacreditar o processo eleitoral; e a produção e divulgação de conteúdo desinformativo com alcance expressivo na internet.
Gonet destacou a atuação de Marcelo Bormevet e Giancarlo Rodrigues no acesso a dados de localização de celulares, Denicoli na conversão de narrativas infundadas em informações aparentemente confiáveis, Guilherme Almeida na disseminação massiva de desinformação, e Reginaldo Abreu no acompanhamento de reuniões do comando militar ligadas ao golpe. O procurador ainda apontou que Carlos Rocha buscava criar uma narrativa de ilegalidade no processo eleitoral, enquanto Ailton Moraes Barros teria coordenado ataques a comandantes militares contrários à ruptura institucional.
O julgamento da AP 2694 prossegue no STF, com o acompanhamento das manifestações da defesa dos réus.
*Com informações de Edilene Cordeiro//CF