Um apagão durante a madrugada desta terça-feira (14) afetou Goiás, e 16 estados brasileiros, atingindo todas as regiões do país. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a falha foi provocada por um incêndio em um reator da Subestação de Bateias, em Campo Largo (PR), na Região Metropolitana de Curitiba.
Além de Goiás, registraram interrupções de energia Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Rondônia, Ceará, Amapá e Tocantins.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o problema causou a interrupção de cerca de 10.000 megawatts (MW) de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN), que conecta praticamente todo o Brasil por meio de linhas de transmissão, usinas e subestações.
“Assim que identificou a situação, o ONS iniciou ação conjunta com os agentes para restabelecer a energia nas regiões”, afirmou o órgão em nota.
A falta de energia durou entre oito minutos e uma hora, dependendo da região. Segundo o MME, o abastecimento foi restabelecido em até 1h30 nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, e em 2h30 na região Sul.
Goiás teve 50 municípios afetados
Em Goiás, o apagão atingiu cerca de 529 mil unidades consumidoras em 50 municípios, segundo a Equatorial Goiás. O desligamento ocorreu às 00h31 e seguiu os protocolos de segurança do ONS.
Entre as cidades afetadas estão Inhumas, Nerópolis, Itaberaí, Aruanã, Iporá, Caiapônia, Piranhas, Jussara, Santa Helena, Jaraguá, Luziânia e Mambaí, entre outras.
A empresa informou que o fornecimento de energia foi restabelecido gradualmente e que mantém acompanhamento técnico junto ao ONS.
Falha começou no Paraná
O ONS detalhou que o incêndio desligou toda a subestação de 500 kV de Bateias, abrindo a interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. No momento da falha, o Sul exportava cerca de 5.000 MW para o restante do país.
Com a interrupção, o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) entrou em ação, reduzindo automaticamente o fornecimento para evitar danos maiores. A perda foi de 1.600 MW no Sul, 4.800 MW no Sudeste, 1.900 MW no Nordeste e 1.600 MW no Norte.
O Ministério de Minas e Energia afirmou que a recomposição do sistema ocorreu de forma controlada e destacou que o tempo total de recuperação foi inferior ao registrado em outras ocorrências desse porte.
Uma reunião preliminar entre o ministério, o ONS e as concessionárias de energia está marcada ainda nesta terça-feira para identificar as causas do incêndio. Um Relatório de Análise da Perturbação (RAP) deve ser concluído até sexta-feira (17).