Os Embraer E‑Jet E2 são a mais recente geração de jatos regionais da fabricante brasileira e representam uma evolução significativa na aviação comercial nacional.
Entre os modelos da família, o E195‑E2 se destaca como o maior avião de passageiros já produzido no Brasil, consolidando-se como uma aeronave que não faz só sucesso no Brasil, mas sim no mundo todo.
Histórico e entregas
O lançamento oficial da família E2 aconteceu durante o Paris Air Show de 2013. A primeira aeronave a entrar em operação foi o E190‑E2, em 2018, e, no ano seguinte, foi a vez do E195‑E2.

A certificação do modelo foi concedida em abril de 2019, com a primeira entrega realizada à Azul Linhas Aéreas, que também operou o voo inaugural entre Viracopos (Campinas) e Brasília em outubro daquele ano. As operações regulares começaram ainda no mesmo mês.
A Azul foi a cliente de lançamento do E195‑E2, tendo encomendado inicialmente 51 unidades. De acordo com a última edição da Revista Azul, atualmente 36 aeronaves da nova geração já integram a frota da companhia.
Especificações técnicas
Característica | Valor |
---|---|
Comprimento | 41,5 m |
Envergadura | 35,1 m |
Altura | 10,9 m |
Capacidade máxima | 146 passageiros (1 classe) |
Configuração típica da Azul | 136 passageiros |
Alcance | ~5,556 km |
Velocidade cruzeiro | Mach 0.82 (~870 km/h) |
Peso Máximo de Decolagem (MTOW) | ~62.500 kg |
Eficiência e economia
Um dos principais atrativos do E195‑E2 é sua eficiência. O modelo apresenta uma redução de até 25% no custo por assento em relação aos jatos da geração anterior (E‑Jets E1), além de consumir menos combustível.
Em comparação com concorrentes maiores, como o Airbus A320neo (Latam e a própria Azul) e o Boeing 737 Max 8 (GOL), que comportam cerca de 150 passageiros, o E2 oferece um custo por viagem até 24% menor, embora o custo por assento individual possa ser até 8% superior.
A aeronave também proporciona economia significativa em manutenção, com intervalos maiores entre inspeções e até 15 dias a mais de operação por ano.
Tecnologia e inovação
O desenvolvimento do E2 envolveu um redesenho completo das asas, trem de pouso, aviônicos e sistemas internos. Ainda assim, manteve alto grau de semelhança com os modelos anteriores, o que permite que pilotos treinados na geração E‑Jet façam a transição para o E‑Jet E2 com apenas dois dias e meio de adaptação.
Os motores Pratt & Whitney PW1900G são outro diferencial da aeronave, garantindo menores níveis de ruído, emissões e consumo de combustível, além de excelente desempenho em altitudes de até 41 mil pés.
Ah, e é são eles os responsáveis pelo barulho de baleia, que encanta os Avgeeks (pessoal que ama aviação) e assusta outros.
Aplicação global e rotas
Globalmente, o E195‑E2 tem conquistado espaço. A Azul, até 2025, se consolidou como a maior operadora do modelo no mundo, empregando-o principalmente na expansão da malha regional.
Companhias como a KLM Cityhopper, Porter Airlines (Canadá) e Binter Canarias também utilizam a aeronave, com configurações entre 132 e 144 assentos em layout 2+2, sem poltrona do meio.
A Porter, inclusive, opera algumas das rotas mais longas já realizadas com o E195‑E2, como os voos de Montreal para São Francisco e Montreal para Los Angeles.
Impacto para o Brasil
Para o Brasil, o E195‑E2 não representa apenas um avanço tecnológico, mas também um vetor de desenvolvimento econômico.
Estima-se que cada unidade entregue gere cerca de 500 empregos, diretos e indiretos, nas áreas de produção e serviços de apoio. O modelo reforça o protagonismo da Embraer como uma das principais fabricantes mundiais de jatos regionais.
Recentemente, a Scandinavian Airlines (SAS) fez uma encomenda recorde de 55 195-E2. Simplesmente foi a maior encomenda direta de jatos já feita pela companhia desde 1996. A companhia abriu a carteira para pagar cerca de 4 bilhões de dólares sem considerar as possíveis adicionais
Por fim, o Embraer E195‑E2 é um marco da engenharia nacional: combina inovação, eficiência e conforto, posicionando o Brasil em um patamar elevado no cenário da aviação comercial.
Seu sucesso internacional, com ampla aceitação por parte de companhias aéreas de diferentes continentes, demonstra o valor estratégico do investimento em tecnologia aeronáutica e reafirma a Embraer como referência global no setor.