De acordo com a Agência Brasil, o general da reserva do Exército Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro, afirmou na quinta-feira (24) que frequentou o acampamento instalado em frente ao QG do Exército em Brasília como “cidadão”.
A declaração foi dada em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual ele é réu por suposta participação em um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Preso desde novembro de 2024, Fernandes é um dos alvos da ação penal que compõe o núcleo 2 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo os investigadores, ele atuava como ponte entre os manifestantes acampados e o núcleo duro do governo Bolsonaro, sendo ainda responsável por imprimir um documento que detalharia ações como o sequestro ou assassinato de autoridades, entre elas o ministro Alexandre de Moraes.
Durante o interrogatório, realizado por videoconferência a um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Fernandes confirmou que esteve no QG e defendeu os manifestantes. “Fui como cidadão, vendo que era importante para o brasileiro apresentar suas demandas sociais e políticas”, disse. Ele ainda argumentou que nem todos os presentes no acampamento podem ser chamados de golpistas.
O militar também admitiu ser o autor da ordem para imprimir seis cópias de um arquivo em Word intitulado Punhal Verde e Amarelo. Segundo ele, o conteúdo seria uma proposta de gabinete de crise voltado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado à época pelo general Augusto Heleno, que também é réu. Fernandes nega que o plano seria apresentado ao então presidente Jair Bolsonaro.
A ação penal está nas etapas finais, e o julgamento do núcleo 2 deve ocorrer no segundo semestre de 2025. Já o núcleo 1, que inclui o ex-presidente Bolsonaro, está na fase de alegações finais e deve ser analisado pelo STF em setembro.