O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, desmontou o acampamento improvisado que havia instalado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar havia iniciado um protesto na noite de sexta-feira (25), em forma de acampamento silencioso, contra decisões da Corte envolvendo Bolsonaro e seus apoiadores.
A retirada ocorreu na madrugada deste sábado (26), em cumprimento à determinação de Moraes, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O órgão solicitou a aplicação de medidas cautelares contra parlamentares e outras pessoas que viessem a ocupar o local. A decisão veda a presença de deputados ou qualquer outro indivíduo acampado em frente ao STF.
A medida também alcança outros deputados federais do PL: Sóstenes Cavalcante (RJ), Cabo Gilberto Silva (PB), Coronel Chrisóstomo (RO) e Rodrigo da Zaeli (MT).
Além da proibição de acampamentos, a decisão exige que autoridades do Distrito Federal ajam com rigor na prevenção e repressão de práticas ilícitas. Quem descumprir a ordem poderá ser preso em flagrante por resistência ou desobediência.
Em sua decisão, Moraes destacou que manifestações não podem comprometer a ordem pública, a segurança institucional nem reeditar atos golpistas.
Ele argumenta que o acampamento teve como objetivo “repetir os ilegais e golpistas acampamentos” organizados diante de quartéis do Exército em 2022 e 2023 — contexto que antecedeu os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A decisão também estabelece um perímetro de segurança, proibindo acampamentos num raio de até um quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e dos quartéis das Forças Armadas.
Quem é o deputado do acampamento?
Natural de Queimados (RJ), Hélio Lopes nasceu em 1969 e é filho de uma empregada doméstica e de um pedreiro. Ele ingressou no Exército aos 22 anos, após ser aprovado em concurso público. Foi nessa instituição que conheceu Jair Bolsonaro, com quem construiu uma amizade. O ex-presidente chegou a chamá-lo de “irmão que a vida me deu”.
Impulsionado por Bolsonaro, adotou o nome de urna “Hélio Bolsonaro” e foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro em 2018, com mais de 345 mil votos.
Ele foi reeleito em 2022 e atuou em comissões como a de Relações Exteriores e a de Defesa Nacional. Nas redes sociais, se posiciona como representante dos “pretos de direita” e é contrário a cotas raciais.
O deputado também se envolveu em polêmicas: em 2023, foi condenado a indenizar os influenciadores Luccas e Felipe Neto em R$ 50 mil por dano moral, após associar publicamente o trabalho dos irmãos à pedofilia em publicações nas redes sociais.