O cinema brasileiro vive uma de suas melhores fases, não há como negar. E Homem com H é uma marca profunda desse período. O longa, dirigido por Esmir Filho, é a arte na sua mais pura expressão e forma. Jesuíta Barbosa, que já havia brilhado em outros filmes de sucesso, se consagra com uma entrega que encanta e confunde: ele não interpreta Ney Matogrosso, ele, muitas vezes, se torna o cantor.
O longa percorre momentos fundamentais da vida de Ney, desde a infância marcada por uma relação difícil com o pai, passando pela saída de casa ainda jovem, até os dias atuais, sem esquecer aspectos importantes de sua trajetória.
Há momentos de tensão com um primeiro namorado controlador, há o registro da passagem pelo Secos e Molhados, e há espaço para momentos de contemplação, reflexão, sedução e tudo o que envolve uma pessoa que decidiu ser livre, até em tempos de ditadura.
Musicalmente, Homem com H também impressiona. As cenas de performance beiram a perfeição estética e traduzem em imagem a força que sempre caracterizou Ney Matogrosso.
Por sua vez, Jesuíta foi muito elogiado pela crítica e pelo próprio retratado no filme, isso porque o ator recria gestos, tons de voz e posturas com um cuidado raro, deixando claro que não se trata de uma simples imitação, mas de uma construção artística com identidade própria.
Mais do que uma cinebiografia, Homem com H celebra a coragem de um artista que transformou o corpo em palco e a existência em manifesto. Um filme que não apenas revisita a jornada de um ícone, mas reafirma o que significa ser livre.

Vale dizer que o filme é baseado no livro “Ney Matogrosso – a biografia”. Para quem não conseguiu ver nos cinemas, ele já está disponível na Netflix.
Trailer
Sinopse: As diferentes fases da carreira do cantor Ney Matogrosso, desde a sua infância, passando pela adolescência e a vida adulta. Uma jornada através do tempo que acompanha um rapaz de origem humilde que quebra preconceitos e se torna um artista influente