Goiânia terá seu passado revisitado em nova produção audiovisual da Netflix. A plataforma anunciou a minissérie Emergência Radioativa, baseada no maior acidente radiológico do mundo ocorrido fora de uma usina nuclear: o desastre com o Césio-137, em 1987, na capital goiana.
A produção vai dramatizar os acontecimentos que marcaram a tragédia, iniciada quando um aparelho de radioterapia foi abandonado em um hospital desativado e acabou sendo desmontado por catadores de materiais recicláveis, espalhando o material radioativo por diversos pontos da cidade.
Com direção de Fernando Coimbra e criação de Gustavo Lipsztein, a obra é produzida pela Gullane, conhecida por títulos como Carandiru e Que Horas Ela Volta?. A previsão é que as filmagens ocorram até o final de 2025. A série deve retratar o trabalho de médicos, físicos e autoridades diante da emergência sanitária e social provocada pela contaminação, além do sofrimento de centenas de vítimas diretas e indiretas.
Segundo o diretor, a minissérie adota uma abordagem com múltiplos pontos de vista, incluindo os das vítimas e dos profissionais da ciência e da saúde, numa tentativa de reconstruir o drama humano e institucional vivido pela população goiana. A proposta também se destaca por fugir dos clichês tradicionais do gênero thriller, ao focar em pessoas comuns enfrentando uma tragédia extraordinária.
O acidente com o Césio-137 deixou quatro mortes diretas, dezenas de pessoas contaminadas e mais de 100 mil toneladas de resíduos radioativos recolhidos, sendo um marco na história da saúde pública e da negligência com o descarte de materiais perigosos no Brasil.