Atire o primeiro controle quem nunca jogou um game antigo por meio de emulação! Eu mesmo, quando era pequeno, descobri muitos clássicos do Super Nintendo jogando num emulador instalado no PlayStation 2. Foi assim que tive acesso a títulos que, de outra forma, jamais conheceria. Emular, no fim das contas, é uma forma de manter os jogos vivos.
As gigantes da indústria têm abordagens bem diferentes quando o assunto é preservar seus catálogos. A Nintendo, por exemplo, é uma das mais contraditórias. No Wii, havia retrocompatibilidade com o GameCube com suporte via hardware. Agora, com o Switch 2, ao que tudo indica, os jogos mais antigos terão suporte via emulação. Curioso, já que a empresa é notoriamente resistente à prática. Quem visitou o museu oficial da Nintendo no Japão ouviu um som inusitado ao desconectar os controles: uma notificação sonora do Windows 10 ao remover um dispositivo USB.
A Sony, por sua vez, adota a retrocompatibilidade conforme o vento sopra. Alguns títulos do PS2 estavam disponíveis no PS3 por algum tempo, o PS4 ignorou o PS3. No PS5, o poder gráfico foi vendido como um diferencial, mas muitos jogadores reclamaram da falta de exclusivos e sentiram que o console apenas “emulava” o PS4. Para completar, a versão Pro do PS5 não empolgou — e os rumores de um PS6 já circulam para 2026 ou 2027.
Enquanto isso, a Microsoft entendeu o valor de manter seu legado acessível. Anos depois do lançamento do Xbox One, ela surpreendeu ao anunciar retrocompatibilidade quase total, senão total, com os jogos do primeiro Xbox e do 360 — algo improvável até então. E se alguém pensar que sou fã da Microsoft ou da Sony: meu console mais amado foi o Nintendo Wii. Foi com ele que eu mais me diverti na vida.
No PC e no Android, a preservação digital depende dos desenvolvedores e da comunidade. Quando uma empresa decide que não vale mais a pena lançar um remake ou remaster — e nem adianta falar de pirataria, já que o jogo sequer é comercializado —, a emulação assume o papel de guardiã da memória afetiva dos jogadores.