O sambista Arlindo Cruz, um dos grandes nomes do samba brasileiro, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. Com a saúde fragilizada desde 2017, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o músico estava internado no Hospital Barra d’Or, na Barra da Tijuca, desde maio devido a complicações decorrentes de pneumonia.
Nascido em 14 de setembro de 1958, em Madureira, Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho construiu uma trajetória marcada pela dedicação à cultura popular brasileira. O artista começou a se envolver com a música ainda criança, aos sete anos, quando ganhou seu primeiro cavaquinho. Ainda jovem, trabalhou ao lado de ícones do samba como Candeia e foi um dos integrantes do grupo Fundo de Quintal, onde ajudou a renovar o samba com uma sonoridade contemporânea, mantendo as raízes tradicionais.
Com mais de 700 composições registradas, Arlindo Cruz foi responsável por sucessos como “O Show Tem que Continuar”, “Meu Lugar” e “Bagaço de Laranja”. Sua voz e talento também foram presença constante nos carnavais do Rio de Janeiro, especialmente na escola de samba Império Serrano, que o homenageou em 2023 com um enredo especial.
A família informou que o velório será realizado neste sábado (9), a partir das 18h, na quadra da Império Serrano, em Madureira. O sepultamento está marcado para domingo (10), às 11h, no cemitério Jardim da Saudade, na Paciência. A Prefeitura do Rio decretou luto oficial de três dias.
Diversos artistas e autoridades manifestaram condolências, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou o legado de talento, poesia e generosidade deixado por Arlindo Cruz.
O sambista deixa esposa, Bárbara, e os filhos Arlindinho e Flora. Seu nome também será eternizado com a denominação do Parque Piedade Arlindo Cruz, um espaço cultural e de lazer previsto para ser inaugurado ainda este ano na zona norte do Rio.