O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, recebeu nesta quinta-feira (7) o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. A reunião, realizada no prédio do ministério, em Brasília, ocorreu fora da agenda oficial e no dia seguinte à entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros no mercado norte-americano.
Nem o Mdic nem a representação diplomática dos EUA revelaram detalhes do encontro. O ministério informou apenas que a conversa abordou as relações bilaterais entre os dois países.
Escobar é atualmente o principal canal de comunicação do governo dos Estados Unidos com o Brasil. O país ainda não nomeou um novo embaixador após a saída de Elizabeth Bagley, em janeiro. Antes do encontro com Alckmin, o diplomata se reuniu com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), e depois esteve na Câmara dos Deputados, deixando o Congresso no início da tarde.
Impacto do tarifaço
Desde quarta-feira (6), os EUA aplicam a tarifa máxima de 50% a parte das importações brasileiras. Segundo o Mdic, a medida atinge 35,9% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano, outros 44,6% dos produtos ficaram isentos do aumento e mantêm a tarifa de 10%.
Entre os itens preservados da sobretaxa estão suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos. Já as exportações de carne e café foram diretamente impactadas, passando a pagar a tarifa máxima.
O governo brasileiro prepara um plano de contingência para apoiar os setores prejudicados pelo aumento tarifário. A estratégia deve ser apresentada por meio de medida provisória, mas a data de divulgação ainda não foi definida.