Na última semana, não se via ou se falava em outra coisa: vídeos com narração por inteligência artificial dominaram as redes sociais e colocaram o Congresso Nacional no centro de uma nova polêmica.
A ação faz parte da campanha “BBB” — sigla para Bancos, Bets e Bilionários — lançada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para defender a taxação de grandes fortunas e empresas do setor financeiro e de apostas.
A campanha surgiu pouco antes da derrubada, pelo Congresso, do decreto presidencial que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O objetivo dos vídeos era claro: responsabilizar parlamentares pela decisão e romper a lógica em que apenas o Governo Federal recebe críticas por medidas que envolvem arrecadação e justiça fiscal.
Para além dos vídeos oficiais, perfis independentes produziram vídeos com IA. Nesses, amplamente compartilhados por influenciadores alinhados à esquerda, deputados são retratados como alheios às demandas da população. Em uma das peças mais virais, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi apelidado de “Hugo não se importa”. A hashtag #InimigosDoPovo ultrapassou 300 mil menções no X (antigo Twitter).
@brasilsatiradopoder Entrevista com Hugo Nem Se Importa! #congressoinimigodobrasil #congressoinimigodopovo#deputados #IOF#deputadosfederais #VEO3 #gemini #salariominimo #gpt #empresarios #hugonemseimporta #justicatributaria #fimdasemendas #fimdajornada6x1 #agoraeavezdopovo ♬ som original – brasilsatiradopoder
A campanha digital também representa uma mudança de postura da esquerda, que até então tinha dificuldade para obter engajamento expressivo nas redes.
Com o uso da IA e linguagem mais popular, o PT conseguiu ampliar seu alcance e atingir públicos fora da bolha tradicional.