A deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) propôs, por meio de um projeto de lei, que a flor margarida se torne símbolo oficial da luta contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. A proposta visa alterar a Lei nº 14.432, de 3 de agosto de 2022, que instituiu a campanha Maio Laranja, dedicada à prevenção desses crimes.
Segundo a parlamentar, a criação de um símbolo nacional pode fortalecer o engajamento da sociedade e dar visibilidade a um problema que, segundo ela, deveria ser tratado como prioridade pelo Congresso Nacional. “O abuso de crianças é inaceitável e os dignos representantes do povo brasileiro precisam se debruçar sobre maneiras de impedir que atos dessa natureza continuem ocorrendo no país”, declarou.
Dados recentes reforçam a gravidade da situação. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que, apenas em 2022, mais de 46 mil crianças foram estupradas no Brasil. Já um relatório da SaferNet Brasil indicou que, em 2024, 2,65 milhões de usuários estavam conectados a grupos e canais no Telegram que compartilham imagens de abuso sexual infantil.
Para Accorsi, que atuou por quase uma década como delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente em Goiânia, o símbolo da margarida carrega força simbólica. Ela afirma que a simplicidade da flor pode evocar a responsabilidade coletiva na proteção de crianças e adolescentes. “Queremos que o país inteiro, ao olhar para essa flor tão simples, mas tão formosa, possa se lembrar de nossa responsabilidade na proteção da inocência e da dignidade dos nossos filhos, netos, sobrinhos e alunos”, afirmou.
O dia 18 de maio, já reconhecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, continuará como data central da campanha.