O vírus pode persistir no organismo durante muitos anos sem trazer nenhum tipo de sintoma e só se manifestar após 15, 20 anos.
Estima-se que mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas pelo HTLV (Vírus Linfotrópico de Células T Humanas), com o Brasil liderando em número de casos. O vírus é transmitido por contato sexual sem proteção e de mãe para filho via amamentação. Em Feira de Santana, apesar da falta de dados específicos, cerca de 200 pessoas são acompanhadas no ambulatório de infectologia.
O médico infectologista Dr. Dênio Santos Barros destaca que o vírus pode permanecer assintomático por até duas décadas, ressaltando a importância de detectar portadores precocemente para evitar transmissões.
Ele explica que o HTLV pode ficar silencioso no corpo por muitos anos e só se manifestar após 15 a 20 anos, o que torna a identificação precoce fundamental para orientar os portadores e prevenir novas transmissões. Ele também detalha os sintomas, como fraqueza e alterações neurológicas, que podem aparecer tardiamente, além de ressaltar a importância do uso de preservativos e da triagem em bancos de leite para reduzir a disseminação do vírus.
Quando o HTLV manifesta sintomas, Dr. Dênio explica que eles são diversos, mas há dois tipos que são mais comuns e prevalentes. O médico ressalta que o vírus tem um impacto significativo e abrangente no corpo, afetando várias áreas e órgãos do organismo. Ele alertou sobre a complexidade dos efeitos do vírus, que pode envolver diferentes sistemas do corpo humano.
“Um deles a gente chama de mielopatia associada ao HTLV, que é uma doença que afeta os nervos e a pessoa pode ter um comprometimento variado, que envolve desde dificuldades para caminhar com a redução de força nas pernas, até a dificuldade de controle da bexiga. A pessoa pode ter retenção ou incontinência urinária. A outra manifestação, que é menos comum, é um tipo de câncer de pele, que é grave, inclusive. Além disso, o vírus também está associado a problemas oculares e outras manifestações de pele”.
Embora os sintomas do HTLV possam ser graves, o infectologista Dênio Santos Barros afirma que a maioria das pessoas infectadas nunca apresentará sinais da doença, podendo viver normalmente até a velhice ou por outras causas, sem mostrar nenhum sintoma relacionado ao vírus.
Em relação ao diagnóstico, o exame específico para detectar o HTLV é feito através de um exame de sangue, a sorologia. O médico recomenda que todas as pessoas sexualmente ativas realizem esse exame anualmente, além de ser indicado para gestantes devido ao risco de transmissão durante a amamentação.