A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser substituída na madrugada deste sábado (22) após apresentar uma violação classificada como grave por investigadores. A Polícia Federal irá realizar uma perícia no equipamento para identificar a causa do problema.
O episódio foi um dos elementos utilizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para determinar a prisão do ex-presidente. Segundo o magistrado, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou, às 0h08, a violação do dispositivo.
Na decisão, Moraes afirmou que a ocorrência indica “a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga”, citando que a situação teria sido favorecida pela confusão causada por manifestação convocada por um dos filhos de Bolsonaro.
O ministro também ressaltou que a residência do ex-presidente fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, percurso que pode ser feito em menos de 15 minutos de carro. Ele relembrou que, em fevereiro de 2024, Bolsonaro permaneceu duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília, após uma operação da PF, e que investigações apontaram que ele planejou fugir para a Embaixada da Argentina para pedir asilo.
Moraes citou ainda a Convenção de Viena de 1961, que estabelece a inviolabilidade das embaixadas, o que dificultaria uma eventual ação policial. O ministro também mencionou os deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que deixaram o país, reforçando o risco de fuga. A vigília organizada na sexta-feira (21) pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também foi apontada como possível facilitadora de tumultos que poderiam favorecer uma fuga.










