O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (16) que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Ele elogiou o chefe de Estado brasileiro, chamando-o de “homem muito agradável” e disse ter sentido “química excelente” durante breve conversa na sede da ONU.
Trump discursou na Assembleia Geral logo após Lula, que manteve a tradição brasileira de abrir o encontro anual. O norte-americano relatou que encontrou Lula nos corredores, trocaram um abraço e conversaram por cerca de 20 segundos.
“Concordamos em nos reunir na próxima semana. Tivemos uma química excelente, foi um bom sinal”, declarou.
Apesar da aproximação pessoal, Trump endureceu o discurso sobre a relação comercial. Ele acusou o Brasil de aplicar tarifas “imensas e injustas” contra os Estados Unidos e defendeu a decisão de impor taxas de 50% sobre produtos brasileiros.
“Como presidente, defendo a soberania e os direitos dos cidadãos americanos”, justificou.
Trump disse ainda que o Brasil “vai mal” ao interferir na liberdade de cidadãos americanos e de outros países “com censura, repressão e uso do sistema judicial como arma”. Em tom de ameaça, afirmou que a economia brasileira só prosperará em parceria com Washington.
“Sem a gente, eles vão falhar como outros falharam”, disse.
O governo brasileiro reagiu. Desde julho, os EUA ampliaram barreiras contra exportações nacionais e tentaram influenciar decisões do Judiciário. O Planalto rebateu afirmando que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit superior a US$ 400 bilhões no comércio bilateral, o que não justificaria novas tarifas.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, também respondeu. Em carta, ele negou censura no Brasil e afirmou que as decisões da Corte têm como objetivo proteger a liberdade de expressão. Barroso criticou a medida tarifária de Trump, classificando-a como resultado de “compreensão imprecisa dos fatos”.