Um dia após anunciar sanções contra brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado em rede social qualificando a iniciativa como um “golpe diplomático”. O governo de Donald Trump afirmou que continuará “responsabilizando indivíduos ligados a esse esquema”.
O Ministério da Saúde criou o Mais Médicos no governo de Dilma Rousseff, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o retomou. O programa, essencial para o sistema de saúde brasileiro, visa suprir a carência de profissionais em municípios do interior e periferias de grandes cidades, áreas com número de médicos abaixo do ideal para o tamanho da população.
Uma das estratégias do programa permitia a participação de médicos estrangeiros, por meio de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), médicos cubanos passaram a integrar o Mais Médicos.
O texto da Embaixada, acusa o programa de “explorar médicos cubanos, enriquecer o regime cubano corrupto“.
Imediatamente após o anúncio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu veementemente o Mais Médicos. Ele garantiu que o programa sobreviverá a “ataques injustificáveis de quem quer que seja“, reafirmando seu valor para a saúde pública brasileira.
O presidente Lula também manifestou apoio, ele declarou ser importante que os Estados Unidos saibam que a relação entre Brasil e Cuba representa “respeito a um povo vítima de um bloqueio há 70 anos”.
Ao se dirigir a Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde que teve visto americano cancelado, Lula destacou que o Brasil oferece muitos outros lugares para o profissional conhecer, rejeitando a sanção.
O comunicado estadunidense, que anunciou as primeiras sanções, rotulou o acordo que viabilizou os médicos cubanos de “esquema” e acusou a medida “enriqueceu o regime cubano corrupto”. O secretário de Estado estadunidense, Marco Rubio afirmou que a ação americana envia “uma mensagem inequívoca” de que os EUA promovem a “responsabilização daqueles que possibilitam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano“. Para o governo brasileiro, essas ações são mais uma tentativa dos EUA de minar a soberania nacional nas relações internacionais.