O Museu do Louvre, em Paris, reabriu nesta quarta-feira (22) três dias após o roubo de oito joias da Galeria de Apolo, em um crime que as autoridades francesas classificam como “cinematográfico”. A sala onde a ação ocorreu permanece fechada, enquanto a investigação prossegue.
A invasão aconteceu na manhã de domingo (19), por volta de 9h30, cerca de meia hora após a abertura do museu. Segundo a polícia, os ladrões usaram um guindaste acoplado a um caminhão para alcançar uma janela da galeria, quebraram o vidro e levaram as peças em uma operação que durou apenas sete minutos.
As joias pertenciam à antiga realeza francesa e estão avaliadas em 88 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 550 milhões. Entre os objetos levados estão uma coroa com safiras e diamantes, um colar com safiras do Sri Lanka, um conjunto de esmeraldas e diamantes da imperatriz Maria Luisa e um broche da imperatriz Eugênia, adquirido pelo museu em 2008 por €6,72 milhões. A coroa da imperatriz Eugênia, feita com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, foi encontrada danificada em uma rua próxima.
O item mais valioso da coleção, o diamante Regent, de 140 quilates, avaliado em US$ 60 milhões, continua no museu. Nenhum suspeito foi preso ou identificado. As autoridades acreditam que ao menos quatro pessoas participaram da ação e investigam se houve ajuda interna.
O Ministério Público francês avalia todas as hipóteses, inclusive a de que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador ou ligado ao crime organizado. “Tudo pode estar ligado ao narcotráfico, dadas as somas envolvidas”, afirmou a promotora de Paris, Laure Beccuau.
O presidente Emmanuel Macron prometeu recuperar as joias e levar os criminosos à Justiça. “O roubo do Louvre é um ataque a um patrimônio que faz parte da nossa história”, escreveu nas redes sociais. O ministro do Interior, Laurent Nuñez, classificou as peças como “de valor inestimável” e afirmou que os ladrões “parecem muito experientes”.
Visitantes relataram pânico e confusão no momento da invasão. A brasileira Aline Lemos Ferreira registrou o som de batidas na janela da galeria antes do roubo. “A funcionária mandou todos correrem. O museu tinha acabado de abrir”, contou. O casal brasileiro Karen Schlickmann e Danilo Gomes também estava no local e descreveu uma “correria generalizada” logo após o alerta dos seguranças.
O Louvre, o museu mais visitado do mundo, abriga mais de 33 mil obras e recebe cerca de nove milhões de visitantes por ano, sendo 80% estrangeiros. Entre suas principais atrações estão a Mona Lisa, a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia.