De acordo com o G1 Goiás, a Saneago foi multada em R$ 2,7 milhões pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) devido à contaminação do Córrego Sussuapara, em Bela Vista de Goiás, por uma substância considerada potencialmente cancerígena. A penalidade foi aplicada após a divulgação de um laudo técnico que apontou a irregularidade.
A investigação que deu origem à multa partiu do projeto AquaCerrado, da Universidade Federal de Jataí (UFJ). O estudo identificou a presença de acrilamida, composto químico usado no tratamento de água, em níveis drasticamente superiores ao permitido pela legislação ambiental, que é de 0,05 micrograma por litro.
Mônica Rodrigues Ferreira, coordenadora do projeto, descreveu os resultados como “alarmantes”. Ela destacou que em um dos pontos de coleta analisados, a concentração da substância atingiu a marca de 800 miligramas por litro, um volume centenas de vezes maior que o tolerado.
Em vistoria própria realizada em setembro, motivada por denúncias de espuma e odor forte, a Semad também constatou a poluição. Além de uma grande quantidade de espuma no ponto de lançamento do efluente, os técnicos identificaram níveis de coliformes fecais, fósforo e matéria orgânica (DBO) acima dos padrões legais.
Em sua defesa, a Saneago negou o uso de acrilamida no tratamento de esgoto do município, que é realizado por um sistema de lagoas de estabilização. A companhia sustentou que a contaminação pode ter fontes difusas, argumentando que foram encontrados níveis da substância em trechos do córrego anteriores à sua estação.
A Semad informou que seguirá monitorando a qualidade da água do córrego.