Quase sete anos após o incêndio que destruiu o alojamento do Flamengo e tirou a vida de dez jovens atletas, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu os sete réus acusados pela tragédia no Ninho do Urubu. A decisão do juiz Tiago Fernandes Barros, da 36ª Vara Criminal, considerou o processo improcedente e manteve todos os acusados em liberdade. A sentença, divulgada nesta segunda-feira, ainda permite recurso.
O Ministério Público Estadual havia pedido a condenação em maio, depois de um processo que reuniu mais de 40 depoimentos e se estendeu por anos.
A tragédia ocorreu em fevereiro de 2019, quando um incêndio em um ar-condicionado atingiu os contêineres usados como alojamento para as categorias de base. Vinte e seis adolescentes dormiam no local; dez morreram e três ficaram feridos. Entre os absolvidos estão dirigentes do clube, engenheiros responsáveis pelas instalações e empresários da área de refrigeração. O então presidente, Eduardo Bandeira de Mello, já havia sido retirado do processo.
No campo cível, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro rejeitou tentativa do Flamengo de incluir a empresa NHJ do Brasil entre os responsáveis pelas indenizações. A desembargadora Sirley Abreu Biondi destacou que o clube tentava “transferir a responsabilidade para terceiros”.
Mesmo após quase uma década, o caso que marcou o futebol brasileiro segue sem condenados. O caso ainda pode retornar aos tribunais por meio de recurso do Ministério Público.