O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira (21) que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, volte a ser investigado por envolvimento na tentativa de golpe que buscou manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Durante julgamento do chamado Núcleo 4 da trama golpista — identificado como o grupo da desinformação — Moraes afirmou que Valdemar utilizou um relatório com informações falsas para questionar a segurança das urnas eletrônicas. O documento, elaborado pelo engenheiro Carlos Cesar Rocha, então presidente do Instituto Voto Legal, foi encomendado pelo próprio PL após o segundo turno.
De acordo com Moraes, o relatório foi produzido com a intenção de “dar aparência técnica” às tentativas de desacreditar o processo eleitoral. O ministro votou pela condenação dos sete réus acusados de atuar na disseminação de notícias falsas e ataques coordenados a adversários políticos.
O relatório serviu de base para uma ação do PL no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que contestava parte das urnas usadas em 2022. A ação foi rejeitada e resultou em multa milionária ao partido, decisão assinada pelo próprio Moraes, então presidente do TSE.
Valdemar chegou a ser investigado e indiciado pela Polícia Federal, mas não foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Agora, Moraes propôs que, caso Rocha seja condenado, as provas reunidas na ação sejam anexadas ao inquérito anterior para reabrir as investigações sobre o dirigente partidário.