Por que os gatos eram adorados no Egito Antigo?

Descubra por que os gatos eram adorados no Egito Antigo, sua ligação com a deusa Bastet, leis de proteção e o legado cultural.

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Radaella Waasdorp – Unsplash

No Egito Antigo, os gatos ocupavam um lugar especial na vida cotidiana e no imaginário religioso. Muito além de animais de estimação, os bichanos eram vistos como símbolos divinos, protetores de lares e aliados contra pragas — um status que influenciou a cultura, a arte e os rituais por séculos.

De caçadores a protetores sagrados

Embora a relação entre humanos e gatos no Egito seja milenar, as pesquisas mais recentes indicam que o processo de domesticação começou primeiro no Crescente Fértil, há cerca de 9.500 anos.

Os gatos foram introduzidos posteriormente no Egito, onde sua presença se tornou crucial. A principal razão para essa relação próxima foi a habilidade dos gatos em caçar ratos e cobras, pragas comuns que ameaçavam os valiosos estoques de grãos e a segurança das aldeias.

A presença desses animais ajudava a proteger a base da economia egípcia — a agricultura —, o que fez com que fossem gradualmente associados à prosperidade e à proteção.

Ligação com a deusa Bastet

Metropolitan Museum of Art – Domínio público

A adoração ganhou força com o culto à deusa Bastet. Originalmente representada com a aparência de uma leoa, Bastet gradualmente assumiu a forma de uma mulher com cabeça de gato ou de um felino doméstico completo, refletindo a crescente integração do animal na sociedade.

Ela era associada à fertilidade, ao amor, à música e, principalmente, à proteção do lar. A cidade de Bubastis, no Delta do Nilo, tornou-se o centro desse culto, atraindo milhares de peregrinos e acumulando estátuas, amuletos e múmias de gatos

Acreditava-se que a energia protetora de Bastet se manifestava nos gatos domésticos, reforçando a ideia de que esses animais eram intermediários entre o mundo humano e o divino.

Leis, luto e mumificação

O respeito aos gatos era protegido por lei e pelo costume. O historiador grego Heródoto, no século V a.C., relatou que o assassinato deliberado de um gato era punível com a morte, enquanto a morte acidental resultava no pagamento de uma multa. O luto pela morte de um gato era comum.

Contudo, a prática da mumificação revela uma relação complexa. Enquanto uma minoria de gatos de estimação era mumificada com grande cuidado para acompanhar seus donos na vida após a morte, a grande maioria das múmias encontradas era de oferendas votivas. Existiu uma produção em larga escala de gatos criados especificamente para serem sacrificados e vendidos a devotos que os ofereciam nos templos de Bastet.

Herança cultural

Com a expansão do Império Romano e as mudanças religiosas no Egito, o culto específico aos gatos perdeu força, mas o fascínio permaneceu. Artefatos com representações felinas, encontrados em escavações e preservados em museus como o Louvre e o Museu Egípcio do Cairo, ainda revelam o papel central que esses animais desempenharam.

Hoje, a imagem do gato no Egito Antigo continua a inspirar obras de arte, literatura e até cultura pop, refletindo um legado milenar que mistura devoção, utilidade e simbolismo.

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