João Leonardo*
A goleada do Chelsea sobre o PSG por 3 a 0, neste domingo (13/7), em Nova Jersey (EUA), encerrou a primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Foi uma nova surpresa num campeonato já cheio de surpresas – e muitas delas positivas. As equipes brasileiras, por exemplo, tiveram um desempenho acima do esperado, com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras se classificando para a fase de mata-mata. Nossos representantes monstraram um bom futebol contra as equipes do Velho Continente, com destaque para as vitórias do Botafogo contra o PSG, atual campeão da Champions League, principal torneio europeu, e do Flamengo frente ao Chelsea, que venceria o próprio Mundial de Clubes mais à frente. Esses resultados fizeram o torcedor brasileiro perceber que a distância entre o futebol local e o praticado na Europa não é tão grande quanto se imaginava.
Dominantes na América do Sul, as equipes brasileiras chegaram aos Estados Unidos com os torcedores imaginando que seriam eliminados na fase de grupos ou, no máximo, nas oitavas de final do torneio. Essa ideia de que nossas equipes não seriam capazes de bater de frente com os europeus se refletiu na postura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que definiu a volta da primeira divisão no mesmo fim de semana da decisão do mais novo torneio da FIFA. Porém, nossas equipes não tremeram perante as equipes europeias e conseguiram bons resultados. Além dos já citados triunfos do Botafogo e do Flamengo, o Fluminense venceu a Internazionale de Milão; e houve empates entre Palmeiras e Porto e Fluminense e Borussia Dortmund. O futebol apresentado pelas nossas equipes se mostrou inteligente, flexível e bem executado, capaz de se adaptar a diferentes contextos, seja diante da necessidade de marcar gols ou evitá-los.
O futebol brasileiro sempre revelou grandes talentos, como Pelé, Neymar, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e mais recentemente Estevão, vendido ao Chelsea. Todos atraíram os olhares do mundo inteiro e brilharam dentro e fora do Brasil. Esse talento brasileiro, que permite a exportação de craques para o mundo, deixou sua marca na Copa do Mundo de Clubes: o Brasil teve o maior número de jogadores inscritos na competição, 141, seguido por Argentina e Espanha, com 103 e 54, respectivamente.
A Copa do Mundo de Clubes também ajudou a valorizar as marcas brasileiras. Nos estádios americanos, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras tiveram uma média de público superior a 35.000 pessoas (aliás, nossas torcidas deram um show à parte nas arquibancadas). Além disso, os jogos tiveram alcance global. Apenas o acordo firmado pela Fifa com a Dazn, uma das principais plataformas de conteúdo esportivo do mundo, garantiu acesso a cerca de 200 mercados ao redor do planeta.
Em resumo, esta primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da Fifa melhorou a autoestima do futebol brasileiro, seus jogadores e seus torcedores. Mesmo com as derrotas dos nossos clubes nos mata-matas, ficou aquele gostinho de que é possível fazer melhor e ir mais longe. Com mais investimento e preparação, quem sabe em 2029?
Por agora, fica a esperança de que, ao retornar à América do Norte em 2026, nossos representantes de chuteiras, agora comandados pelo italiano Carlo Ancelotti, nos tragam mais vitórias e o título de campeões do mundo.

*João Leonardo tem 14 anos, é estudante e apaixonado por futebol.