O Brasil está revirado no orgulho. Donald Trump conseguiu mexer com o brio nacional. Ao taxar o País em 50%, ele provocou um abalo sísmico na vertigem dos tempos atuais, que para além da direita estava enxergando fantasmas demais e realidade de menos.
A discussão que Trump provocou não foi direita versus esquerda. Ele acordou os sonâmbulos dessa dicotomia que colocava nuvens no debate que mais importa: o que queremos para nossa vida pessoal e em sociedade.
Queremos carne mais barata ou provar que a direita é agro é a esquerda não é?
Queremos o fim da corrupção ou medir quem prevarica mais, a esquerda ou a direita?
Queremos liberdade, mas queremos também leis para todos e responsabilidades compartilhadas, ou vamos lutar até a morte para impor – ditatorialmente – o que pensamos e achamos que os outros devem achar e pensar e sentir e seguir com bitola e tudo?
Queremos sentar à mesa e conversar ou vamos usar nosso tão caro e curto tempo juntos em discussões acaloradas para, no fim, chegarmos à conclusão de que não dá pra conversar porque só importa o que me apraz?
Trump deixou claro que somos um povo, uma Nação. Que soberania importa. Que humanidade é estarmos lado a lado e é também o sentido de viver no mundo. Que há muitos mais nos unindo do que separando.
Talvez este seja um texto mais de esperança do que de constatação. Porque vale-se da premissa de que estamos abrindo os olhos e o coração. Mas quero crer que a esperança me enche de palavras, e palavra é vida. Uma
Amiga diria: “Profetiza!”
A taxa de Trump escancara os interesses dos que buscam apenas nos dividir e iludir. Que política é essa que escolhe um contra todos, em vez de um por todos? Que políticos são esses que levantam a espada para se defender ao custo das almas alheias? Que alteridade governa o espírito de quem levanta bandeira do inimigo contra os brasileiros de boa vontade?
Estamos diante de um fato que ilumina o que está dentro desses homens públicos que se governam pelos ditames dos interesses privados. Mais do que taxados de forma física no custo dos nossos produtos e alimentos, estamos sendo penalizados pelos autodeclarados heróis da Pátria. Se são heróis, os vilões somos nós, o povo?
Chega de pagar a taxa de Trump e seus afins. Liberdade é isso: não pagar tributo aos fanfarrões e doutrinadores das falsas ilusões. Os falsos profetas cobram dízimo, não salvam ninguém. Fantasmas inúteis. A realidade é outra.