Com o título Negócios com o Cerrado em Pé, o programa jornalístico Caminhos da Reportagem destaca a importância da preservação do bioma para o meio ambiente e os benefícios para a economia nesta segunda-feira (19), às 23h, na TV Brasil.
A produção da emissora pública percorre o Distrito Federal e Goiás, regiões em que o Cerrado reina praticamente soberano. A edição inédita apresenta iniciativas que ajudam a enfrentar as mudanças climáticas. O conteúdo inédito fica disponível no app TV Brasil Play e no YouTube do canal.
Para comprovar que o Cerrado, e qualquer outro bioma brasileiro, gera emprego e renda a partir da conservação da natureza, a equipe do programa vai até locais como a Chapada dos Veadeiros, uma das áreas mais exuberantes do bioma.
O Caminhos da Reportagem ainda mostra como indígenas e quilombolas defendem o meio ambiente, além de trazer a visão de empresários sobre os investimentos no setor com empreendimentos turísticos.
Modo de vida sustentável
Os repórteres Flavia Peixoto e André Rodrigo Pacheco desbravam uma das regiões mais belas do cerrado: a Chapada dos Veadeiros. O Caminhos da Reportagem revela as iniciativas e o modo de vida dos Kalunga. No local, 8 mil quilombolas se dividem em 39 comunidades entre os municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás.

A guia turística Januária de Sena leva visitantes de todo Brasil e de várias partes do mundo para conhecer as belezas naturais do Território Kalunga. Na visão da entrevistada, a sustentabilidade é a chave da preservação ambiental. “Nós estamos na nossa sexta geração sem precisar desmatar“, diz com orgulho.
Assim como os indígenas, os quilombolas são grandes defensores do meio ambiente. A produção jornalística mostra que 83% dos 262 mil hectares do Território Kalunga são de mata intocada no Cerrado da Região Centro-Oeste do país.
Turismo ambiental no Cerrado
Ainda na Chapada dos Veadeiros, a equipe da TV Brasil conversa com dois empresários que trocaram São Paulo pelo interior de Goiás. Um desses empreendedores, Richard Avólio, da Pousada das Araras, comprou uma antiga fazenda desmatada e recuperou 90% da vegetação. “O turismo no Cerrado é a chance de viabilizar a manutenção dessas áreas em pé”, afirma.
Já Fabio Padula, da Reserva Bacupari, garante que ser um produtor de ambiente é rentável. “Gera uma boa receita financeira. É um outro modelo daquele que a gente foi condicionado pelo uso da terra, que é o modelo fazenda“. A propriedade dele, que ganhou o selo de Reserva Particular do Patrimônio Natural, teve valorização de 500% desde que desembarcou na Chapada.
No Distrito Federal, sempre lembrado por abrigar a sede dos Três Poderes, há exemplos de empresários e grandes produtores rurais que também lucram com a natureza preservada. A atração jornalística indica como essa combinação pode fazer a diferença para o meio ambiente e para os negócios.
O fazendeiro Adriano Galvão, por exemplo, garante que a reserva obrigatória de Cerrado na propriedade supera os 20% que a lei determina. Além disso, ele abriu espaço para pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de universidades. “A gente colheu soja, está com milho e vai entrar com gado. Você tem safra, safrinha e gado na mesma área. Então, é o mesmo hectare produzindo três vezes durante o ano“, pontua.
Estudiosos também são consultados neste Caminhos da Reportagem. “O Cerrado em pé é extremamente importante para o Brasil e a recuperação do Cerrado é extremamente importante para o mundo enfrentar as mudanças climáticas“, lembra o gerente de pesquisa do Instituto Escolhas, Rafael Giovanelli.