Mãe!… Como entender o amor de mãe!…

O amor de mãe vai além do colo e do cuidado — é também correção, paciência e presença nas horas mais difíceis.

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Foto: Freepik

Quando criança, eu não concordava com as frequentes correções que minha saudosa mãe me aplicava, no dia a dia. Achava aquilo um exagero, uma injustiça. E reclamava. Respondia. Aí tomava outra surra, de chinelo no bumbum. A única coisa que podia fazer era chorar e obedecer, mais nada. Ela profetizava: “É pro seu  bem, meu filho. Quando você crescer, casar e tiver filho, vai dar valor na educação que eu tou te dando!”.

Dito e feito. Profecia de mãe. Só mais tarde entendi que dos poucos pecados que comete uma mãe o mais grave é o de deixar de corrigir e de educar o filho. Não se pode deixá-lo crescer fazendo o que bem entende, achando que é dono do mundo. Pior do que isso é passar a mão na sua cabeça e dizer que o “coitadinho” não tem culpa de nada, não fez nada demais, mesmo diante dos seguidos atos infracionais que pratica. Corre-se o risco de, quando crescer, ser educado pelo mundo e pela polícia.

Mãe é uma figura muito parecida com Maria, a Mãe de Jesus, que também teve filho para cuidar. Passou pela experiência de criar o Filho de Deus, que veio fazer experiência humana aqui na Terra, a fim de mostrar como é a vida e a convivência lá no outro mundo.

Às vezes me bate certa curiosidade em pensar como ela (Maria) fazia para educar o Menino Jesus. Será que chamava a sua atenção? Será que ela lhe aplicava algum corretivo ou puxava as Suas orelhas? O que ela lhe ensinava? E Ele, será que resmungava de preguiça, como eu fazia com minha mãe?

Não. Jesus não fazia nada disso. Não carecia de repreensão nem de corretivo. Ele só praticava o bem. Era o Filho de Deus, o Deus Menino circulando pelo ambiente familiar, na casa de Maria e José. Sua mãe O contemplava dia e noite e aprendia com Ele. Era Sua admiradora. Ele crescia em graça e sabedoria, segundo afirma a Escritura Sagrada.

Diferente de mim que fazia muita peraltice, respondia, proferia palavrões. Minha mãe estava coberta de razão. Os corretivos eram necessários. E como agradeço a Deus pela mãe que Ele me concedeu!

Éramos sete irmãos, todos pequenos. Eu me lembro de que na hora de ir pra cama, minha mãe não nos deixava deitar sem antes rezar a oração: “Com Deus eu me deito, com Deus eu me levanto; com a Graça de Deus e o Espírito Santo”.

Mãe não deixa o filho sozinho, se por indesejável sorte lhe ataca a febre ou outro mal qualquer; não deixa de levantar à noite para cobri-lo, em tempo de frio; não se cansa de esperá-lo, quando está distante; jamais deixa de amá-lo, mesmo sendo se ele é mau; nada mais deseja na vida senão reencontrá-lo, perdoá-lo, abraçá-lo, porque o amor de mãe não tem fronteira, não tem preconceito, não tem limite e não tem idade. O amor de mãe é todo ele revestido de misericórdia. O amor de mãe é algo que está sempre acima de qualquer situação difícil ou condição dolorosa em que o filho se encontre.

Mãe é um ser humano de qualificação tão elevada e respeitosa que até os mais frios e calculistas praticantes de atos infracionais ou criminosos da mais alta periculosidade se postam em reverência, quando a mãe lhes chama a atenção.

Certo dia fui procurado por uma mãe em desespero, que dizia: “Estou aflita, não sei o que fazer!… Meu filho é adolescente, é filho único e agora descobri que usa droga. O que eu faço?”

Sinceramente fui pego de surpresa, não sabia bem o que responder naquela hora. De início, disse que a situação sugeria muita paciência e uma dose bastante acentuada de compreensão e amor por parte da família.

Porém em seguida me lembrei da experiência vivida por uma mãe, da minha família, com o seu filho adolescente. Ele estreou no caminho do vício muito cedo. No entanto, conseguiu livrar-se do malefício com a sua ajuda providencial, ajuda que somente mãe é capaz de dar. Achei por bem compartilhar a história dela com essa mãe desesperada que me procurou, na intenção de ajudar e de acalmar a sua aflição.

Foi assim: Quando ela descobriu que o filho se tornara usuário de droga, em vez de ficar brava, de arrancar os cabelos e derrubar a casa transvestiu-se com o manto da humildade e da benevolência e foi conversar com ele. A resposta que obteve foi a de que já não conseguia mais deixar o vício. Afirmou ainda o jovenzinho que já houvera tentado algumas vezes, mas tudo em vão. Era mais forte do que ele.

Ela então propôs ao filho um acordo, em que ficaria estabelecido o seguinte: não precisava mais que ele pegasse dinheiro escondido nem que vendesse objetos de uso da casa para comprar as iguarias. Ela fazia questão de fornecer o que ele precisasse. Contudo, havia uma condição: ele teria de usar a droga em casa, na presença dela, não na rua ou em outro lugar qualquer. E ela se comprometia a compreender e a ajudá-lo na superação do vício.

E assim se fez. Toda vez que ele ia usar a tal “coisa” ela lhe fornecia o dinheiro. Ele comprava o pacotinho e voltava para casa. Ambos se sentavam no mesmo compartimento. Ele fazia uso do maldito entorpecente e ela permanecia o tempo todo ao seu lado, em oração, com a bíblia aberta, pedindo a Deus que libertasse o seu filho daquele mal. Isso durou bastante tempo. Vários anos consecutivos, até que Deus ouviu as suas preces e operou o milagre.

Ela já faleceu, mas não sem antes gozar a felicidade e a graça de ver o seu filho recuperado do vício. Isto já faz alguns bons anos, e ele nunca mais usou a maldita droga, fato que tranquiliza a memória de sua bondosa mãe lá no Céu e enche de alegria a todos da família. Assim é o coração de mãe. Dá a vida pelo filho se preciso for.

Sabe-se que a maternidade fez parte do projeto de Deus para a criação da humanidade. Era vontade divina não somente criar a figura humana como também dar ao homem uma companheira, a fim de que, juntos, povoassem a terra. “Sede fecundos, disse-lhes ele, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gen 9,1). E tudo se realizou por vontade e graça do Pai. Mas como isso teria sido possível sem a intervenção e a participação efetiva da mulher, companheira e mãe?

Sobre a resplandescência da figura materna, escreveu um grande poeta lá da minha terra: “Tive várias/mulheres na minha vida… Uma grande advogada/que nunca perdeu uma causa. Uma enfermeira que tratava com desvelo/todos os seus ‘pacientes’. Uma professora que me ensinou/o abecedário da vida. Uma artista que me despertou/a arte de viver. Uma religiosa que me fez balbuciar/as primeiras orações. Uma poeta que me ensinou a contar…/as estrelas. Essas mulheres são minha mãe” (Antônio Gomes Júnior, do livro A Poesia em Três Dimensões, RF Editora, Goiânia, 2014).

Como é bom ter mãe!… De fato, é bom ter mãe: “É bom ter mãe quando se é criança e também é bom quando se é adulto. Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de avaliação. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco (…). Mãe sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo nos exige eficiência máxima, seleciona os mais bem dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça” (Crônica da eficiente escritora Martha Medeiros).

O Dia das Mães é festejado em quase todos os lares. É dia de festa, de alegria, de reconhecimento, de amor, de perdão e paparicação… Mais do que presente, é dia do beijo e do abraço mais carinhoso. Afinal, ela é a pessoa que nunca tira os olhos da bondade e dos cuidados permanentes, projetados sobre cada um de seus filhos.

Às mães, apenas uma prece e um pedido: Ó Deus Pai, Todo-Poderoso, cuida de todas as mães, não só das que ainda cumprem o seu papel neste mundo como também das que já foram morar no Paraíso!… Cuida da minha mãe lá no céu, ó Pai!… Cuida também, ó Pai, das mães que têm o coração dilacerado pela guerra!…

E que todas as mães deste mundo tenham nesta vida a glória que merecem e, na outra dimensão de cunho espiritual, a recompensa da eternidade santa, na plenitude da paz duradoura, no Céu!

Parabéns, MAMÃES!…

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