A parceria estratégica entre Brasil e China, intensificada pelo presidente Lula, em 2023, foi reforçada nesta semana pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com o objetivo de avançar nas iniciativas de cooperação nas áreas de saúde e tecnologia, Padilha recebeu o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da China, Zhu Qingqiao, e outros representantes chineses.
Em reunião com a Embaixada da China, Padilha, reafirmou acordo entre os dois países que envolvem a construção de um parque hospitalar digital e desenvolvimento e produção de vacinas. O encontro teve como foco o fortalecimento da colaboração entre os dois países na implementação de soluções digitais no Sistema Único de Saúde (SUS) , com foco na transformação digital e na inovação do setor.
Um dos principais pontos discutidos foi a construção do primeiro hospital digital de referência no Brasil, que será erguido em São Paulo e contará com mais de 800 leitos.
O projeto tem como objetivo integrar as mais avançadas tecnologias, a exemplo da inteligência artificial, para otimizar a gestão hospitalar e melhorar a qualidade do atendimento. O financiamento do hospital está sendo negociado com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos BRICS.
“O fortalecimento da parceria Brasil-China é fundamental para o SUS, promovendo não apenas a inovação no setor de saúde, mas também a construção de um futuro mais justo e sustentável para as próximas gerações”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.
Durante a reunião, Padilha também reafirmou a importância da Declaração Conjunta entre o Brasil e a China, que reafirma o compromisso de ambas as nações com um futuro mais sustentável e inclusivo, por meio de parcerias estratégicas em áreas como saúde, infraestrutura e desenvolvimento tecnológico.
A colaboração abrange a indústria biomédica, a produção de insumos para saúde e o desenvolvimento conjunto de vacinas. O ministro destacou, ainda, a urgência da transição para uma saúde digital no Brasil, ressaltando que as novas tecnologias devem ir além da modernização dos hospitais, impactando também questões macroeconômicas e sociais, como o combate à pobreza e à fome.

Parcerias Estratégicas
A China tem sido uma parceira estratégica do Brasil em diversas áreas. Em 2023, o Brasil iniciou um ciclo de investimentos no setor de saúde com a visita do presidente Lula à China. Em 2024, durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, novas parcerias foram firmadas, incluindo o desenvolvimento conjunto de vacinas e a ampliação do parque hospitalar brasileiro.
“As relações China/Brasil estão avançando. Os presidentes anunciaram que as relações formariam um mundo mais justo e um planeta mais sustentável, consolidando uma base forte para as relações nos próximos 50 anos. Eles assinaram documentos que geram sinergia e mostram estratégias para o Brasil. E agora as duas partes estão em consenso, estratégias de desenvolvimento financeiro e sustentável”, afirmou Zhu Qingqiao.
Um dos acordos inclui a produção nacional de insulina. Em 2025, 20 milhões de frascos de insulina Glargina serão produzidos em parceria entre empresas chinesas e brasileiras, como Biomanguinhos (Fiocruz), Biomm e Gan&Lee. As doses serão destinadas a pacientes com diabetes tipo 2, uma inovação no SUS, já que esse tipo de diabetes apresenta um número maior de pacientes em comparação ao tipo 1.
Outro avanço significativo na parceria é o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue pelo Instituto Butantã. Para ampliar a escala de produção, o Butantã buscou a colaboração da empresa chinesa Uchi Biologics.