O professor Virgílio Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi o vencedor da primeira edição do Prêmio Unesco-Uzbequistão para Pesquisa Científica sobre Ética na Inteligência Artificial. O reconhecimento destaca seu trabalho sobre governança das redes, regulação de algoritmos e os impactos sociais da tecnologia.
Pesquisador desde 2012, Almeida tem contribuído para o debate sobre o papel da inteligência artificial (IA) na sociedade, com foco na criação de políticas que garantam o uso responsável e inclusivo dessas ferramentas. Ele participou da formulação do Marco Civil da Internet, quando atuou no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A trajetória do professor ganhou destaque internacional após o caso Edward Snowden, em 2013, que revelou práticas de espionagem digital por parte dos Estados Unidos. Almeida representou o Brasil em reuniões multilaterais que discutiram governança digital e segurança informacional, ajudando a consolidar diretrizes éticas e regulatórias.
Atualmente, ele também atua na Universidade de São Paulo (USP), na Cátedra Oscar Sala do Instituto de Estudos Avançados, onde coordena o projeto “IA Responsável”, voltado a analisar dimensões técnicas, sociais e legais da inteligência artificial.
Além do brasileiro, o prêmio contemplou as pesquisadoras Claudia Roda e Susan Perry, da American University of Paris, e o Instituto para Governança Internacional da Inteligência Artificial, da Universidade de Tsinghua, na China.
O prêmio leva o nome de Beruniy Prize, em homenagem ao cientista persa Abu Rayhan al-Biruni, referência nos campos da astronomia, matemática e filosofia. A premiação é promovida pelo Uzbequistão em parceria com a Unesco para incentivar pesquisas que abordem os impactos éticos das tecnologias emergentes.










