A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Goiânia realizou, na tarde de terça-feira (30), a primeira audiência para investigar o contrato de R$ 500 milhões firmado entre a Prefeitura e o consórcio Limpa Gyn, responsável pela coleta e varrição de resíduos na capital. O diretor executivo da empresa, Renan Souza Oliveira Andrade, foi o primeiro convocado a depor e respondeu por quase três horas a questionamentos dos parlamentares.
Entre os principais pontos discutidos, estiveram a transparência na prestação de contas, a frota utilizada, a fiscalização dos serviços e a falta de tecnologia na pesagem do lixo descartado no aterro sanitário. Os vereadores cogitam contratar uma auditoria independente, por ao menos 30 dias, para verificar se os valores pagos pela Prefeitura correspondem ao serviço executado.
Renan Andrade defendeu a atuação do consórcio, negou falhas na coleta e afirmou que a frota de 75 caminhões compactadores supera em 20 veículos o previsto em contrato. Segundo ele, o Limpa Gyn recolhe em média 42 mil toneladas de lixo domiciliar por mês, além de 70 a 75 mil toneladas de entulho, recebendo cerca de R$ 22 milhões mensais. O diretor ressaltou ainda que o contrato não inclui a responsabilidade pelo descarte no aterro, apenas pela coleta e pelo transporte.
Apesar das explicações, vereadores apontaram lacunas. O presidente da CEI, Welton Lemos (Solidariedade), destacou a ausência de sistemas digitais na pesagem do lixo. Já o relator, Willian Veloso (PL), criticou a falta de tecnologia diante da dimensão do contrato. A vice-presidente, Aava Santiago (PSDB), afirmou que a comissão vai confrontar os dados apresentados com documentos e ouvir fiscais e cooperativas antes de avançar nas conclusões.
A CEI seguirá com novas oitivas nas próximas semanas, incluindo gestores, fiscais do contrato e representantes das cooperativas.